Lula visita aldeia indígena no Pará e promete ampliar ações em saúde, educação e energia

O presidente Lula com a cacique Irenilce Kumaruara: conhecer, reconhecer reivindicações e acionar políticas públicas. Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve neste domingo (2) na Aldeia Vista Alegre do Capixauã, localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará. A visita fez parte da agenda preparatória para a COP30, que será realizada em Belém, e teve como foco o diálogo direto com lideranças do povo Kumaruara sobre políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais da Amazônia.

Acompanhado das ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Lula participou de uma roda de conversa com caciques locais, entre eles a cacique Irenilce Kumaruara, que lidera 27 famílias na aldeia e coordena, com outras quatro mulheres, as ações comunitárias.

“Sempre acho que a gente tem que ver com os próprios olhos e pegar na mão das pessoas para sentir como é que as crianças estudam, as condições, a alimentação que as crianças têm, o que produzem, para quem vendem, se tem mercado e como fazem para levar os produtos para vender em uma cidade”, afirmou o presidente durante o encontro.

A aldeia, que integra uma reserva com cerca de 690 mil hectares, abriga dez comunidades e aproximadamente 3 mil habitantes, que vivem de atividades extrativistas sustentáveis. Parte da estrutura local já conta com energia solar e internet via satélite.

Compromissos e anúncios

Durante a conversa, Lula ouviu reivindicações e firmou compromissos para ampliar o acesso dos indígenas a serviços públicos. Entre as medidas anunciadas estão a criação de um centro de saúde equipado, com presença permanente de profissionais e transporte de emergência, e a expansão do programa “Agora Tem Especialistas”.

“Temos no Brasil um programa chamado Agora Tem Especialistas para a gente levar tudo que for necessário e atender todo mundo da forma mais rápida possível”, disse o presidente.

Na área da educação, Lula afirmou que haverá construção e ampliação de escolas padrão MEC e anunciou o projeto de uma universidade indígena com sede em Brasília, que contará com polos de extensão em outros estados.

“Vamos anunciar ainda uma universidade indígena, com sede em Brasília. Já tem até prédio. Pode ter o curso principal lá, mas os estados vão fazer extensão para os jovens próximo de onde moram”, adiantou.

O presidente também prometeu ações voltadas à segurança energética e à habitação, com o reforço dos programas Luz para Todos e Minha Casa, Minha Vida.

“Vamos colocar luz. Não vai demorar para o ministro de Minas e Energia vir conversar. Na habitação é preciso um levantamento de quantas habitações são necessárias, porque temos condições de trazer o Minha Casa, Minha Vida”, declarou.

Articulação e preservação

A ministra Sonia Guajajara afirmou que o governo atuará de forma integrada para atender às demandas das comunidades indígenas.

“O que couber a nós, vamos encaminhar, e o que couber a outros ministérios, vamos articular para que a gente possa atender o máximo que a gente puder e tiver ao nosso alcance”, garantiu.

A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, reforçou que a demarcação e a proteção territorial continuam sendo prioridades da instituição.

“A demarcação é importante para a vida dos povos indígenas. Temos feito ações na linha de fortalecer a autonomia, a sustentabilidade, mas também a proteção territorial. Estamos juntos nessa luta e o nosso compromisso é coletivo.”

Já a ministra Marina Silva destacou que a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns está 100% regularizada, resultado da parceria entre o governo e as comunidades locais.

“Aqui se preserva 88%. Pessoas que vivem aqui há milhares de anos mostram que é possível ter muita gente e preservar. No atual governo conseguimos reduzir o desmatamento em unidades de conservação em 31% em relação ao ano passado e 74% em relação ao governo anterior”, destacou Marina.

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