O cabo da Polícia Militar Luiz Miguel, preso em flagrante após matar a própria esposa, Élida do Nascimento, a tiros neste sábado (6), alegou em depoimento que entrou em “surto” antes de cometer o crime. O feminicídio ocorreu na rodovia PB-095, no trecho entre os municípios de Massaranduba e Serra Redonda, no Agreste da Paraíba.
De acordo com a delegada Renata Dias, da Polícia Civil, responsável pelo caso, o crime foi o desfecho trágico de uma sequência de desentendimentos iniciada ainda em Campina Grande. O casal, que estava junto há cerca de um ano e oficialmente casado há quatro meses, estava em um bar na cidade quando começou a discutir por ciúmes.
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A situação no estabelecimento chamou a atenção de populares, que chegaram a intervir. Uma guarnição da Polícia Militar foi acionada ao local, mas, na ocasião, Élida informou aos policiais que não havia sido agredida.
Após o episódio no bar, ambos entraram no carro do policial e seguiram viagem com destino à cidade de Sapé. Segundo o relato do suspeito à polícia, as discussões recomeçaram durante o trajeto. Luiz Miguel afirmou que a esposa teria passado a agredi-lo dentro do veículo e ameaçado descer com o carro ainda em movimento.
Foi nesse momento, às margens da PB-095, que o policial parou o veículo. Ele relatou ter entrado em um estado de “surto”, sacado sua arma particular e disparado contra a companheira, que já estava fora do carro. Devido ao estado emocional alegado, ele afirmou não lembrar a quantidade de tiros efetuados.
“Estavam indo para Sapé, ele disse que entrou em surto, sacou a arma e não soube nem dizer quantos disparos fez contra a vítima. Ela foi morta fora do carro, vítima de vários disparos de arma de fogo”, detalhou a delegada Renata Dias.
Histórico de instabilidade
As investigações apontam que o relacionamento era marcado por instabilidade. Conforme a delegada, o casal estava em processo de divórcio há cerca de um mês, mas, ao tentarem acertar os termos da separação, acabaram mantendo contato e decidiram reatar a convivência recentemente.
“O relacionamento sempre foi muito conturbado. Ele relatou ainda que a cerca de um mês eles estavam em processo de divórcio, mas quando foram acertar o acordo passaram a conviver e manter contato. Aí voltaram a ficar para retomar a relação deles”, explicou a delegada.
Luiz Miguel permanece detido e à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue com o inquérito para concluir os detalhes do caso.

