Em noite marcada pela emoção, Unimed João Pessoa lança livro que resgata a memória do enfrentamento à covid-19

Olhos marejados, vozes embargadas, memórias, gratidão… A emoção marcou, nesta terça-feira à noite (7), a solenidade de lançamento do livro “A Missão”. A obra, uma iniciativa da Unimed João Pessoa, traz um registro histórico e comovente do enfrentamento à pandemia de covi-19 no Hospital Alberto Urquiza Wanderley.

Realizada no Espaço Vida, a solenidade reuniu médicos e demais profissionais de saúde da linha de frente do combate à covid-19, pacientes, clientes, autoridades do Sistema Unimed e parentes daqueles que, mesmo com todos os esforços, não foi possível salvar do coronavírus.

Homenagens e exposição

Durante a solenidade, foram homenageados dois pacientes que, apesar do estado grave, conseguiram vencer a covid-19 – Joselito Gomes e Marcília Lopes Domiciano – e a senhora Gleide Diniz, viúva do médico Fernando Ramalho, que morreu na linha de frente. Os três, que contam suas histórias no livro, receberam exemplares de “A Missão” ao som do louvor “Porque ele vive”, que marcou muitos momentos de alta no Hospital Alberto Urquiza Wanderley.

O evento também contou com a exposição “Vozes da Missão”. Em telas espalhadas no jardim do Espaço Vida, foram exibidas entrevistas com algumas das pessoas que deram depoimentos para o livro. O robô Tom e tecnologias utilizadas de forma pioneira no enfrentamento à covid também tiveram destaque na exposição.

Decisões difíceis, mas necessárias

Emocionado, o cirurgião torácico Petrúcio Abrantes Sarmento, que coordenou o Núcleo de Enfrentamento à Covid-19 da Unimed João Pessoa, disse em seu discurso que achou que já havia feito tudo o que podia como médico, mas a pandemia o transformou. Ele lembrou a decisão difícil de comunicar à família que iria para a linha de frente. “Minha esposa perguntou que maluquice era essa que eu estava fazendo, enfrentar esse desafio. E, na frente dos meus filhos, a primeira resposta que me veio à cabeça, foi: se eu tiver que morrer, eu vou morrer muito feliz. Eu nunca fui tão engajado para uma luta”, contou.

Petrúcio Sarmento destacou a importância da parceria que a Unimed João Pessoa fez com outras instituições de saúde e universidades e o investimento, sem restrições, em recursos e tecnologias disponíveis para o enfrentamento à covid-19. “Isso fez com que nós tivéssemos números comparáveis a qualquer grande serviço do Brasil”, afirmou.

Porém, um dos maiores diferenciais para se chegar a esses resultados, na opinião do médico, foi o engajamento da equipe. “Nós só chegamos a isso porque reunimos os melhores médicos e os melhores profissionais de saúde e conseguimos que eles jogassem na melhor posição possível durante todo o tempo. Você conseguir que profissionais exaustos façam o melhor o tempo todo é muito difícil”, declarou Petrúcio Sarmento.

Um dos maiores desafios da humanidade

O presidente da Unimed do Brasil, Omar Abujamra Junior, que assina o prefácio do livro “A Missão”, lembrou que a pandemia de covid-19 foi um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade. Para ele, esse momento significou para o Sistema Unimed uma convocação à coragem, à solidariedade e à excelência. “Este livro é testemunho dessa resposta coletiva: médicos, enfermeiros, técnicos, gestores e colaboradores que, diante do medo e da incerteza, escolherem permanecer na linha de frente”, afirmou.

Dentro deste contexto, Omar Abujamra afirmou que a Unimed João Pessoa foi exemplo de resiliência e inovação. “Com planejamento, humanidade e competência, a Cooperativa mostrou que não se tratava apenas de protocolos ou estruturas, mas de um compromisso: não deixar ninguém para trás”, disse.

Omar Abujamra também destacou o papel das outras Unimeds no enfrentamento à pandemia. “Nossas 340 cooperativas, espalhadas em quase todo o Brasil, ampliaram leitos, montaram hospitais de campanha, contrataram milhares de profissionais, inovaram com telemedicina e cuidaram não apenas dos pacientes, mas também de seus próprios médicos e colaboradores”, lembrou. Ele disse que a lição que fica é que, quando colocamos o ser humano no centro, somos capazes de transformar dor em esperança, crise em legado.

O tempo em que o mundo parou

Com sensibilidade, o presidente da Unimed João Pessoa, Gualter Lisboa Ramalho, considerado por todos os profissionais o grande líder do enfrentamento à covid-19, lembrou os dias difíceis da pandemia. “Houve um tempo recente em que o mundo parou. As ruas ficaram em silêncio, os abraços foram proibidos. A vida suspensa. Um inimigo invisível atravessou fronteiras e se instalou entre nós”, disse em seu discurso.

Em um cenário em que as informações eram escassas, não havia espaço para hesitação. “Foi um tempo de coragem, de superação, de profunda reflexão sobre a vida”, recordou. “Nunca fomos tão médicos como naquele tempo. A essência do cuidar aflorou em cada um de nós”.

Gualter Ramalho também destacou que a Unimed João Pessoa não mediu esforços para garantir tudo o que os pacientes precisavam. “Mesmo quando o mundo não tinha oxigênio suficiente, não deixamos faltar para ninguém: nem oxigênio, nem ventiladores, nem leitos, nem acolhimento, nem uma palavra de fé e esperança”, afirmou.

O presidente da Unimed JP disse, ainda, que o livro “A Missão” nasceu pela necessidade e responsabilidade do registro histórico. “Dedicamos esta obra a todos que lutaram, aos que ansiavam pelo nosso retorno à casa, aos que partiram nos deixando memórias inapagáveis e, sobretudo, a Deus, que nos proporcionou a missão de não deixar ninguém para trás”, afirmou.

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