Em declarações feitas a jornalistas nesta segunda-feira (29), o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos realizaram um ataque contra uma instalação terrestre na Venezuela. Segundo o republicano, o alvo era uma área de atracação utilizada para carregar embarcações com drogas destinadas ao mercado americano.
“Houve uma grande explosão na área do cais onde eles carregam os barcos com drogas”, afirmou Trump em Mar-a-Lago. “Atingimos todos os barcos e agora atingimos a área… é a zona de implementação. Ela já não existe mais.”
Este ataque representa um marco significativo, sendo a primeira operação em terra conhecida em território venezuelano desde que a administração Trump intensificou a campanha de pressão e o bloqueio naval contra o país sul-americano. Até então, as ações militares dos EUA haviam se concentrado em interceptações e ataques contra embarcações em águas internacionais no Caribe e no Pacífico.
Embora Trump tenha confirmado a destruição do alvo, ele não especificou qual agência ou braço das Forças Armadas executou a missão. Questionado se a CIA — a quem ele já havia dado autorização para operações sigilosas no país — foi a responsável, o presidente foi cauteloso: “Eu sei exatamente quem foi, mas não quero dizer agora”.
Contexto de Tensão
A declaração ocorre em um momento de altíssima tensão regional:
- Bloqueio Naval: No início de dezembro, Trump anunciou um bloqueio total a navios petroleiros que entram ou saem da Venezuela, alegando que os recursos financiam o narcoterrorismo.
- Presença Militar: Os EUA têm reforçado sua presença em Porto Rico e no Caribe com o envio de porta-aviões, destróieres e aeronaves de transporte militar.
- Guerra às Gangues: A Casa Branca sustenta que o regime de Maduro protege grupos como o Tren de Aragua, classificado por Washington como uma organização terrorista estrangeira.
Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não emitiu um comunicado oficial sobre o incidente específico descrito por Trump. Recentemente, Maduro denunciou as movimentações dos EUA como “projetos neocoloniais” e buscou apoio em aliados como a Rússia para garantir a soberania nacional.
Analistas internacionais alertam que a transição de ataques no mar para bombardeios ou incursões em solo venezuelano coloca a região à beira de um conflito de maiores proporções, com potenciais consequências humanitárias e migratórias para os países vizinhos, incluindo o Brasil.
