A CPI dos Combustíveis da Câmara Municipal de João Pessoa ouviu, nesta quarta-feira (19), representantes de postos e da distribuidora Vibra Energia, em mais uma rodada de depoimentos sobre a suspeita de cartelização no preço dos combustíveis na Capital. Empresários negaram qualquer acordo para reajustes uniformes, mas vereadores apontaram indícios de padronização de valores.
A reunião contou com representantes da Distribuidora de Produtos Nordestinos (DPN) e Nova Comércio,Postos Global,Rede Dias Comércio,Rede Opção e da distribuidora Vibra. Ao longo das oitivas, os depoentes afirmaram que não participam de reuniões para definição de preços e negaram interferência externa no valor final da bomba ponto central da investigação.
DPN e Nova Comércio
Representando a DPN e Nova Comércio, Ruy Bezerra afirmou que a empresa não interfere nos preços praticados nos postos e que toma conhecimento dos reajustes da Petrobras pela imprensa. Segundo ele, não houve aumento linear de R$ 0,40 em agosto, como apontado pela CPI.
Ele também afirmou que não integra o Sindipetro e que o lucro médio dos postos gira em torno de 10%. “Os preços são livres e definidos conforme a concorrência. Para baixar, sou rápido;para aumentar, avalio bem”, declarou.
Postos Global
Edvaldo Gomes Sobrinho, dos Postos Global, disse que a rede possui apenas dois estabelecimentos na Capital e que não sofre pressão para adequar preços. Ele confirmou que acompanhou o reajuste do mercado em agosto, embora não de forma integral.
Rede Dias Comércio
O advogado João Brito negou qualquer reunião para alinhamento de preços e afirmou que os aumentos variam conforme estoque, localização e competitividade. “Posso garantir que não houve nenhuma reunião para combinar preço em nossa cidade. Se houve algo parecido, não foi relatado. Sobre o aumento na bomba, orientamos juridicamente para que só repasse aumentos após encerrado o estoque que já havia no posto. Muitas vezes somos surpreendidos com um aumento no valor final da nota, mas o repasse só ocorre após finalizado o estoque que já existia. Sobre o aumento de 40 centavos, posso garantir que não houve um aumento uniforme em nossos postos. Não seguimos planilha reta de aumento, há diferenciação de preços de acordo com o bairro que o posto está localizado”, explicou.
Rede Opção
O empresário Nelson Lira informou que a rede possui 19 postos na Capital e que a margem chegou a operar no limite. Ele reforçou que as elevações observadas foram reposições necessárias devido ao aumento de custos, e não acordos entre empresários. Também negou qualquer parceria informal com outros grupos.
Lira afirmou ainda que a rede monitora preços constantemente, mas não pratica reduções abaixo da concorrência: “Não precisamos ter o menor preço, mas ser competitivos”.
Vibra Energia
Encerrando a reunião, José Carlos Berardo, da Vibra Energia, disse que a empresa nunca participou de encontros para discutir preços na cidade e ressaltou que não recomenda valores aos postos. Ele atribuiu o “paralelismo de preços” a fatores como custos homogêneos e transparência de informações, descartando ilegalidade.
Berardo confirmou que não houve aumento da distribuidora que justificasse reajustes de R$ 0,40 em agosto. Ele explicou que a Vibra atende cerca de 30 postos em João Pessoa e que fatores como logística, volume contratado e custos operacionais influenciam o preço final.
