Mais uma tartaruga marinha foi resgatada na manhã desta quarta-feira (6) na Praia do Bessa, em João Pessoa. O animal, identificado como uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), apresentava dificuldade para submergir , um sintoma comum em casos de ingestão de resíduos plásticos. O resgate foi realizado por uma ação conjunta entre o Movimento Esgotei, a Polícia Ambiental, a Associação Guajiru e o Aquário Paraíba.
De acordo com o diretor do Aquário Paraíba, Emmanuel Lopes, o animal foi encaminhado para o centro de reabilitação da instituição, onde já passa por avaliações clínicas e exames de imagem, como ultrassonografia e raio-X, que ajudam a identificar possíveis obstruções causadas por plástico. “Esta é a terceira tartaruga que chega ao Aquário Paraíba só neste mês, o que mostra o quanto nossas praias estão sofrendo com o descarte incorreto de lixo. O plástico, em especial, é um inimigo silencioso: as tartarugas confundem sacolas e embalagens com águas-vivas e acabam ingerindo. Isso provoca bloqueios intestinais, dificuldade de flutuação e, em muitos casos, a morte. Hoje, estamos com quatro tartarugas em tratamento, e cada uma delas é uma história que poderia ter sido evitada”, alertou Emmanuel.
O Aquário Paraíba mantém um programa permanente de resgate, reabilitação e soltura de animais marinhos, em parceria com órgãos ambientais e projetos de conservação. Após os procedimentos médicos e o período de reabilitação, os animais que se recuperam completamente são devolvidos ao mar. Recentemente, a instituição celebrou a soltura da tartaruga Vitória, que após meses de cuidados pôde retornar ao seu habitat.
Segundo dados do Instituto Oceanográfico da USP, cerca de 90% das tartarugas encontradas mortas no litoral brasileiro têm algum tipo de resíduo plástico no trato digestivo. Estima-se que mais de 100 mil animais marinhos morram por ano no mundo devido à poluição por plásticos, segundo a ONU Meio Ambiente. “O mar não é lixeira. Cada garrafa, copo ou saco plástico jogado de forma irresponsável pode significar a morte de um animal marinho. Cuidar do nosso lixo é cuidar da vida que existe no oceano”, alerta o diretor do Aquário Paraíba.