Chico César: a fase contemporânea de reluzir a pan-africanidade poética do amor nordestino

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Embora o momento atual traga a figura carismática de Chico César para o front nacional pelo viés político diante da possibilidade real dele até vir a ser Ministro da Cultura, nem de longe nada disso afeta os efeitos estéticos e afetivos de seu novo álbum “Vestido de Amor” – uma espécie de percurso renovado entre a África e o Nordeste que habita seu Ser.

Na fase contemporânea da Música produzida no Brasil poucos têm tido a coragem radical de Chico César de tratar de amor, mesmo que de vez em quando braveje a ira de “tocar fogo nos fascistas”, essência da música “Pedrada”.

É evidente que o novo álbum produzido e gravado em Paris traz a a vertente amorosa, sensível e reflexiva com a carga forte dos efeitos mortíferos da fase da Covid em que ele até temia a morte, mas é a profundidade de vínculo do artista com africanidade – nordestina o esteio e essência das 11 novas canções numa poética extraordinária.

“Vestido de amor” é a leveza de uma narrativa filosófica a se auto promover de caso pensado a partir da força da negritude brotada da África de Salif Keita e Sekou Kouyaté, como que plugado na influência de diversas gerações de artistas negros do forró nordestino.

Chico César capta este flagrante histórico em Pinto do Acordeon, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Assisão, etc, e nele próprio dialogando, repito, com a imponência da africanidade a ser fomentada até os dias de hoje.

Sem dúvidas, Chico César se renova na arte engajada sem ignorar a essência do amor sem pieguice. Tem crescido muito.

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