‘ASPAMEZA do Treze de Maio’, por Alberto Carlos Gomes

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ASPAMEZA do Treze de Maio

Embora seja monteirense de raiz, nosso bairro do coração em João Pessoa é o Treze de Maio, para onde minha família se mudou no início do bairro com as ruas ainda de barro.

Naquele bairro encontrei minha primeira companheira e também uma secretária do lar que nos foi cedida pela D. Zélia, minha primeira sogra, de saudosa memória.

A secretária, Zefinha, foi contratada para cuidar de meus dois filhos pequenos, Ellen e Victor, hoje com quase 40 anos cada um. E nos dias de folga, como as demais secretárias ia para o Ponte Preta, hoje Priscylla’s Hall, ou outros forrós da redondeza, dançar e se divertir.

Deus não ajudou muito a Zefinha nos atributos físicos, mas como naquele tempo as namoradas ainda não transavam com os meninos (eu acho), estes buscavam descarregar suas energias em quem dava mole. Foi o que soube depois, pois em casa ela apenas cuidava dos filhos (eu juro).

Num período de Carnaval, quando Jacumã virou um sucesso, junto com vários amigos nossos, fomos acampar em Jacumã. E montamos várias barracas de amigos, umas perto das outras. Depois do primeiro dia de carnaval, acordei e enquanto o café da manhã era preparado, fui fazer uma visita à turma jovem que estava numa barraca à frente.

E fiquei ouvindo as conversas.

Um disse – Eu, antes de ir para o clube, já tracei Zefinha.

Outro falou – Na festa, umas meninas ficaram olhando para mim, e eu terminei brigando com a namorada. E vindo para barraca com raiva, encontrei Zefinha e fizemos amor (usou um termo mais chula, mas vamos deixar assim), era cerca de meia noite.

Depois outro – Eu saí para fumar um cigarro, encontrei com ela e também transamos, acho que mais ou menos uma da manhã.

E a conversa estava nesse mote e pelo vi Zefinha continuava, como boa professora, ensinando as artes do amor aos meninos do Treze de Maio e não escapou nenhum naquela noite.

Teve até um que disse. – Mãe, perdi minha carteira. E Zefinha saiu sorrateiramente e foi buscar a carteira atrás de uma moita onde seu último usuário havia deixado cair.

Voltando para minha barraca, estava Zefinha mexendo o mingau dos meus filhos, ainda pequenos. Perguntei a ela – Você tomou banho? – Não senhor, respondeu. Perguntei novamente – Lavou as mãos? Não senhor, respondeu novamente. – Então solte o mingau dos meus filhos e vá tomar um banho! E expliquei aos presentes espantados a festa que os meninos haviam feito com Zefinha.

Como a natureza não falha, dias depois Zefinha apareceu grávida. E surgia a grande celeuma. Quem foi? De quem era? E foi um jogo de empurra para todos os lados. Naquele tempo não havia ainda o Programa do Ratinho para fazer DNA e a dúvida persiste até hoje.

Como empregador de Zefinha, embora não usuário de seus serviços extracurriculares sugeri a criação de uma associação, ASPAMEZA – Associação dos Pais do Menino de Zefinha.      Os hoje empresários, funcionários públicos, profissionais liberais, autônomos, quase todos bem casados, pais de família, lembram que deram uma pequena contribuição no ser vivo que foi gerado em Zefinha e a Associação ainda é motivo de brincadeira entre seus sócios, embora houvesse outros associados desconhecidos como todos suspeitavam.

Alberto Carlos Gomes

Administrador de Empresas

31.01.2022

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