A polêmica relativa sobre a abordagem do Museu João Pessoa, os ajustes possíveis e o caráter histórico em si

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Desde antes de 1930 mas, sobretudo depois da tragédia do assassinato do presidente João Pessoa nesse ano revolucionário, tratar de história na Paraíba sobre esse tema invariavelmente termina-se deparando com polêmica a atrair dualidade. É como permanecesse olhares distintos, a exemplo da época entre liberais e perrepistas.

Pois bem, depois de anos e anos com governos sucessivos prometendo mas sem nenhum empenho real de consolidar o Museu da Cidade em nome do ex-presidente na casa onde residira, eis que agora com a obra consolidada questiona-se detalhes, como a ignorar a importância da obra em si.

CONCEITO CONTEMPORÂNEO

Quem imaginar um Museu exclusivamente de exaltação máxima e exclusiva ao homenageado por justa razão prepara-se para conviver com uma abordagem histórica referindo-se ao ex-presidente decentemente, mas dentro do contexto da história em que outros personagens de época se fazem existir para compor a narrativa sem exclusão.

Na sala, por exemplo, onde está a mesa de despacho de João Pessoa cedida pelo IHGP, vislumbra-se de cara a imagem (foto oficial) produzida minutos antes do assassinato na Confeitaria Glória, em Recife, mas abrigando também textos citando Anayde Beiriz, João Dantas – advogado autor do crime- e João Suassuna, desafeto do ex-presidente. É a história se impondo.

 Por trás deste ambiente, depara-se com as bandeiras, a primeira oficial depois a do NEGO, e imagens do fato histórico que mudou o rumo da Paraíba e do País.

O CONCEITO POPULAR

A abordagem antropológica do Museu evidencia sem dúvidas a importância de João Pessoa ao longo do tempo, entretanto, percebe-se na leitura da história que o elemento da narrativa sobre a construção civilizatória da cidade extrapola o conceito de privilegiar apenas a exposição da Elite paraibana/pessoense.

Isto fica evidente na exibição desde de cocás de Tribos Indígenas (a Africanos da Torre), como a se referenciar dos primórdios civilizatórios da cidade tal qual os aborígenes, até inúmeras fases da história atraindo personagens populares, ao invés só de figuras da Elite em si.

Em síntese, o Museu da Cidade de João Pessoa chega como símbolo à altura do ex-presidente, cujo culto maior já se faz na menção de exposição do fato histórico, da beleza iconográfica e do prédio e do conteúdo do personagem e seus valores correlatos mas, pela primeira vez, abrigando a participação popular.

PARA ONDE FOI SIVUCA?

No plano original do Museu encaminhado ao Ministério da Cultura em 1999, no Governo Maranhão, havia, ao invés do prédio atrás do PROCON, o Memorial Sivuca, cujo projeto chegou a ser aprovado.

Bom, o fato é que agora já não se sabe onde estará este reconhecimento Memorial ao maior de todos os instrumentistas, a não ser na saga da viúva Glorinha Gadelha há anos sofrendo para ver reconhecido o acervo e história de Sivuca.

 É em nome desta parte da história que rogamos uma luz e/ou decisão reparatória.

EM TEMPO

João Azevêdo não prometeu o Museu, mas o executou. Isto faz a diferença.

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