Uma das vítimas do caso de agressão e ameaças na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), noticiada pelo Portal WSCOM no último domingo (15), o professor Jonas Souza, do Departamento de Geociências, se disse ‘surpreso negativamente’ com a manifestação do reitor da Instituição, Valdiney Gouveia, a respeito do caso. Valdiney emitiu nota repudiando a agressão e o racismo, mas aproveitou para relatar outras agressões contra um segurança e um professor.
O professor Jonas disse, em novo contato com a reportagem, que Valdiney focou em outros casos sem relação com o acontecido.

“Me surpreendeu de uma forma negativa, porque metade da nota é um relato sobre casos não relacionados com o que aconteceu, é algo de se estranhar. Parece que a intenção da nota é direcionar para outra coisa e não para o fato que ocorreu”, disse.
Jonas destacou que a nota omite ‘coisas gravíssimas’, como o fato da segurança armada cobrir sua identificação, o que teria sido comprovado por fotos e vídeos.
“O caso de um professor da Universidade ser ameaçado por essa segurança armada e do setor de segurança invadir a sala de um professor e de um grupo de pesquisa, sem ter um mandado de apreensão ou um motivo legítimo… ao ignorar isso, você dá a entender que a Reitoria não pensa nos protocolos de ação da equipe de segurança, que é mais grave ainda. Indica que você não pensa no caso específico, mas não pensa na gestão de segurança como um todo, o que gera casos como esse, que os alunos são oprimidos recorrentemente”, argumentou.
Ele defendeu ainda que a Universidade imponha protocolos de segurança mais claros para a sua equipe. Segundo o professor, a maior parte do corpo discente da UFPB tem medo da segurança.
“A gente não quer criminalizar a segurança, mas a gente precisa que tenha uma gestão técnica sobre suas ações, que tem que avaliar a necessidade e ganho da segurança armada na Universidade… espero muito que tenha sido alguma falha da comunicação e que a Reitoria esteja preocupada com isso. Temos uma Universidade que a maior parte do corpo estudantil é pobre e negro e a maior parte tem medo da segurança”, relatou.
Entenda o caso:

