O novo texto do jornalista e analista Walter Santos trata de um tema grave que é a propensão de alguns dos nomes citados na Operação Calvário de adotarem o ato extremo do suicídio, como se deu com o advogado Diogo Mariz.
O efeito trágico da Calvário: negócios espúrios criam “legião de suicidas” diante da péssima reputação
O anúncio aos quatro cantos de que o jovem advogado Diogo Mariz tentou suicídio diante de revelações de que o delator da Operação Calvário, Daniel Gomes, o tinha acusado por negociações imorais junto ao TCE/PB é a nova síntese da grave consequência de envolvidos atentando contra a vida pela imensa má reputação do escândalo.
O gesto insano de Diogo Mariz não é diferente de outros personagens atolados nas denúncias, a partir da delatora – mor, Livânia Farias, que admitiu ter pensado tirar a vida e até construir o enredo de uma morte premeditada.
No caso dela, depois da depressão ajustou seu enredo buscando atrair para o desfiladeiro seus desafetos e/ou os que não comungavam com ela e suas práticas.
A HONORABILIDADE SINGULAR
No caso de Diogo Mariz tudo tem a ver com a vergonha pelo histórico decente de toda sua família, dos membros líderes, até ex-governadores e ex-presidentes do próprio TCEPb, sempre envolvidos com política, mas nunca ninguém acusado de desvios éticos – o que lhe acertou em cheio com as revelações levando-o ao martírio de afetar sua vida por tamanho desgosto.
Pior em toda a conjuntura, no melhor sentido, é que Diogo Mariz se traduz em advogado capaz, de ótima formação, portanto competente, daí ser merecedor de crédito, de respeito. Mesmo assim, quem sabe, a tentação da promessa fácil, a usura e a tal da “esmola grande”, que até cego desconfia, tenha lhe tragado sem a observância prévia de que na vida tudo se sabe.
Aliás, se apertar mais e/ou já com os dados existentes, está cada vez mais evidente que, na essência, o mais grave da Calvário é fruto da gula imensa, essa “esmola grande” transformada em altas propinas deixando muita gente com a moral resumida a pó.
TEM DE REAGIR
Diogo Mariz precisa viver e construir novo ciclo, responder por seus atos sem trucidar-se porque a vida é mais importante, por isso precisa entender a grave lição se recompondo ao seu estilo, como sempre deveria preservar.
Escrito por: Angelo Medeiros