PSB tem que voltar a tocar o coração do povo, diz Ricardo Coutinho

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Uma das autoridades políticas mais atuantes durante a Conferência Nacional da ‘Autorreforma do PSB’, concluído neste sábado (30), no Rio de Janeiro, o presidente da Fundação João Mangabeira e ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, afirmou durante discurso no evento que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) “tem tudo para ser um grande partido”.

Segundo Coutinho, a legenda “não renega o seu passado; bebe na generosidade do socialismo, mas que, ao mesmo tempo, reconhece as mudanças que vêm ocorrendo no mundo e tenta direcioná-las em defesa dos interesses da população”.

“Nós devemos construir o PSB como o grande partido do povo brasileiro. Nós queremos ir além do tradicional na política, nós queremos voltar a tocar o coração do povo”, disse.

“Estamos tornando público um documento-base, que será enriquecido por várias ideias e, daqui a um ano e meio, no nosso Congresso, iremos votar não só a Carta Programa e o nosso Manifesto, mas, efetivamente, um projeto de nação que possa dar ao PSB um papel de protagonismo na política nacional”, afirmou.

Participaram cerca de 300 filiados, entre integrantes do Diretório Nacional, dirigentes da Fundação João Mangabeira e dos segmentos sociais do partido. Pela Paraíba, estiveram presentes várias lideranças políticas, a exemplo do do senador Veneziano Vital do Rêgo, do deputado federal Gerváio Maia, dos deputados estaduais Buba Germano, Jeová Campos, Estela Bezerra e Cida Ramos, e da prefeita de Conde, Márcia Lucena.

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MAIS TRABALHO

Para Coutinho, “a nossa base é o trabalho, a organização social e as políticas sociais, que mudaram completamente. Hoje nós temos no país 15 milhões de trabalhadores ditos ‘uberizados’, que não conseguem sequer se reunir em uma associação. O desemprego no Brasil é crônico e afeta 13% da população economicamente ativa”.

Diante da tendência mundial de crescimento do desemprego, alguns países já conversam sobre a adoção de uma renda mínima para não afundar a sua economia, afirma. “No Brasil, toda reforma retira direitos do povo, mas não há uma reforma ou projeto que retire direitos do sistema financeiro”, disse Coutinho.

O lucro dos bancos brasileiros foi de R$ 127 bilhões no ano passado. “Chegamos hoje a 6,5% da nossa população abaixo da linha de extrema pobreza. O Brasil é um país rico e não pode ser tão ingrato com o povo. A população quer um partido que dialogue com as causas ambientais, com a nova economia, uma economia com democracia”, defendeu.

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SOCIALISMO COMO CONTRAPONTO

Coutinho vê o socialismo como contraponto ao liberalismo. “Precisamos compreender que o Brasil e o mundo passam por uma transformação terrível, dominados pelo ultraliberalismo, por um conceito rentista onde todos – à exceção de uma ínfima minoria – podem perder. Devemos rejeitar tudo isso que aí está, mas não apenas rejeitar; precisamos abrir uma porta, um caminho consequente de mudanças. Remar contra o neoliberalismo é uma necessidade da humanidade, que só sobreviverá se derrotar esse modelo excludente”.

Para o ex-governador, o PSB deve ser um partido que interaja com o resto do mundo e, particularmente, com a América do Sul. Nós somos parte do que está acontecendo no Chile. Estamos alegres com a derrota do neoliberalismo na Argentina e sofrendo pelo resultado das eleições no Uruguai. Somos irmãos do povo indígena da Bolívia, que hoje enfrenta uma ditadura terrível. Temos que nos unir às forças progressistas desses países e de países europeus, principalmente de Portugal”.

Ainda para o início de 2020, Coutinho anunciou que a Fundação está elaborando uma plataforma digital eleitoral para os candidatos majoritários e proporcionais, um instrumento para organizar as campanhas eleitorais dos candidatos do PSB.

Escrito por: Angelo Medeiros

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