Uma quadrilha formada por funcionários das distribuidoras Shell, Ipiranga e Petrobras, as três maiores do país, é alvo de uma operação da Polícia Civil do Paraná nesta terça-feira (31), em Curitiba. As investigações apontam que gerentes e assessores destas empresas se uniam em cartel para controlar o preço final dos combustíveis nas bombas dos postos de gasolina da capital.
De acordo com Divisão de Combate à Corrupção, núcleo da Polícia Civil responsável pela operação, o esquema tinha um modus operandi que obrigava o empresário que queria ter um posto bandeirado a assinar um contrato de exclusividade de compra de combustível com a respectiva distribuidora, o que não é ilegal. No entanto,de acordo com as investigações, as distribuidoras é que definiam o valor do litro do combustível praticado pelo dono do posto bandeirado, controlando, assim, o preço nas bombas e, consequentemente, a margem de lucro dos empresários.
As distribuidoras na mira dominam 70% do mercado em todo o Brasil, e as investigações estão sendo feitas em estabelecimentos próprios destas empresas e também nas residências dos suspeitos. A investigação levou mais de um ano. Todas as empresas foram procuradas pela reportagem, mas ainda não se pronunciaram.
Além da Divisão de Combate à Corrupção , também atuou como parte importante no processo a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, órgão do Ministério Público do Paraná.
Ao todo serão cumpridos 20 mandados judiciais, sendo oito de prisão e 12 de busca e apreensão. A Justiça ainda determinou o afastamento do sigilo do e-mail de nove pessoas. Alguns dos mandados serão cumpridos nas sedes administrativas das distribuidoras na capital paranaense.
Para cumprir os mandados, mais de 50 policiais, quatro delegados, dois promotores de Justiça e servidores do Instituto de Criminalística participam da operação.
Escrito por: Edney Oliveira