Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil Brasília
Dias, que também foi Secretário de Justiça de São Paulo e ex-ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso diz ainda que o documento da CIA chega em um momento “oportuno” para o país. “É extremamente oportuno para que as novas gerações, que não conviveram com aquele período da tortura e da violência, tomem conhecimento sobre o que é ditadura, para que isso não se repita. Para não corrermos o risco de voltar a viver tempos como aquele”, acrescenta.
A Comissão Nacional da Verdade encerrou seus trabalhos em dezembro de 2014, com relatório com mais de 100 mil documentos sobre violações de direitos humanos cometidos durante o regime militar, incluindo testemunhos de vítimas e parentes, depoimentos de agentes da repressão política e 47 mil fotografias. Uma das conclusões mais importantes do relatório é a confirmação de que as violações foram praticadas de forma sistemática pelo Estado.
O documento recomenda a responsabilização de mais de 300 agentes responsáveis pelas violações, entre eles, os cinco generais que foram presidentes da República durante a ditadura militar. O relatório apresentado pela comissão traz ainda a trajetória de 434 pessoas que tiveram a morte ou o desaparecimento atribuídos à ditadura militar, segundo investigação conduzida pela CNV.
VERSÃO DO EXÉRCITO
Procurado pela Agência Brasil durante a cerimônia de posse do general Sergio da Costa Negraes como novo chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), nesta sexta-feira, o comandante do Exército, general Villas-Bôas, não quis comentar o assunto. Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que não há como comprovar a veracidade da informação revelada pela CIA porque os documentos sigilosos do período “foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época”.



