Nova edição da Revista NORDESTE analisa avanço da violência no NE

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Por Pedro Callado

Até onde vai o fundo do poço?

Em 1987 Renato Russo já questionava: “que país é esse?”. Logo nas primeiras linhas da música que foi grande sucesso da banda Legião Urbana, o músico passa o retrato sucinto do que se vê no Brasil. “Nas favelas, no Senado, sujeira para todo o lado”. As favelas, evidentemente, como símbolo do brasileiro “baixo”, convivendo diariamente com a pobreza e a violência.

Já o Senado aqui, podemos interpretar não apenas como a cúpula no Palácio do Planalto, mas como todo o Poder Legislativo, que inclui a Câmara Federal, e também os poderes Executivo e Judiciário. Agrupando, portanto, os mais poderosos homens e mulheres do país, todos muito bem vestidos e bem remunerados tomando decisões que afetam todos os cidadãos do país. Mas como é muito bem observado por Renato Russo, do mais baixo até o mais alto só se vê sujeira. Favelas em todo o país são berço da violência, meninos antes de começar a namorar já trabalham como “aviõezinhos” para o tráfico de drogas. E o cidadão que reside na favela e tenta levar uma vida justa pouco consegue caminhar, porque é visto como um marginal. Ele está à margem da sociedade. E em todos os plenários, câmaras, assembleias, Senado, boa parte das decisões convergem apenas com os interesses daqueles que estão formulando as deliberações.

A Câmara Federal é um lugar povoado de empresários, lobistas e grandes fazendeiros, todos interessados em garantir o que é bom para eles mesmos. E o plenário está cheio de sujeira. Não é só uma conduta “injusta” por parte dos deputados, é criminosa mesmo. Mais da metade dos políticos em Brasília tem o nome envolvido em alguma situação ilegal. Troca de favores, desvios, corrupção, milícia, tráfico de drogas, grupos de extermínio. No Senado tem bandido da mesma forma que tem na favela, a diferença é que um rouba até bilhões.

“Ninguém respeita a constituição”, diz o Renato. E é verdade, ta aí para todo mundo ver. O texto que deveria ser o guia de qualquer indivíduo que ocupa um cargo onde representa parte do povo, o texto que deveria impedir esse indivíduo de colocar suas vontades e crenças acima dos direitos do povo, não é respeitado. A Constituição é constantemente alterada para que possa se adequar mais às necessidades de quem está na vez.

“Mas todos acreditam no futuro da nação”, completa o verso da música. Mas até quando vão continuar acreditando? É a primeira vez que tanto crime e atitude ilícita é revelado de uma só vez. Mas o ‘brasileiro não desiste nunca’. Será? O povo está vendo que tem ladrão um atrás do outro. Onde está esperança? Até quando vamos conseguir, do fundo do poço, a luz que vem de cima?

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