O corpo do bancário e sindicalista Antônio Augusto de Oliveira Campos, morto aos 75 anos, vítima de câncer, é velado em Santos, no litoral de São Paulo, nesta quarta-feira (19). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem ajudou a fundar a corrente chamada de ‘Novo Sindicalismo’, em 1970, esteve na cidade para se despedir do amigo.
Augusto Campos, como era conhecido, vivia em Santos há 12 anos junto com a mulher Maria Lúcia Mathias, também ex-dirigente sindical. Segundo a viúva, há pelo menos quatro anos ele lutava contra um câncer no fígado, mas morreu na terça-feira (18), em São Paulo (SP), onde estava internado em um hospital para tentar conter a doença.
O sindicalista foi presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo na década de 1970, trabalhou no Banespa e também foi vereador pelo PT na capital paulista entre 2001 e 2004. Com Lula, ele é apontado como um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Eles eram amigos e juntos lutaram muito pelos trabalhadores. Estiveram a última vez juntos em setembro, no aniversário do Augusto. Perdemos um guerreiro, infelizmente, que também muito ajudou os bancários no litoral de São Paulo”, desabafou a viúva Maria Lúcia, que recebeu amigos e familiares no velório.
O ex-presidente Lula chegou ao cemitério, que foi guardado por duas viaturas da Polícia Militar, por volta das 10h, e ficou menos de uma hora no local, segundo funcionários. Acompanhado de seguranças, recebeu o carinho e flores de admiradores antes de sair em um carro oficial. Ele não falou com a imprensa.
Por meio de nota, Lula lamentou a morte do amigo e do companheiro sindical. “Augusto foi e continua sendo um companheiro inesquecível de lutas. Sua liderança deixou um legado não somente para a categoria dos bancários, mas ajudou a fortalecer a luta dos trabalhadores de todo país”, disse, por meio de nota.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva, o Big, afirmou que Augusto foi importante para a categoria. “Certamente perdemos um grande guerreiro, que muito nos ajudou nas lutas a favor dos bancários na nossa região. É um momento muito triste para os bancários”, afirmou.
Por nota, a CUT lamentou a morte do sindicalista, que integrou o movimento responsável por “desafiar a Ditadura Militar para romper com a submissão dos sindicatos ao governo”. A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, manifestou solidariedade aos familiares e amigos do “combativo sindicalista”.
O velório de Augusto Campos acontece no cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, no bairro Marapé desde as 8h. O corpo será cremado às 16h no mesmo local em uma cerimônia restrita para amigos e familiares.