Professor da UFPB comenta o impacto da cultura brasileira sobre a economia

Imagem Substituída

O professor do departamento de economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Erik Figueiredo, comenta, em seu novo artigo, o impacto da cultura brasileira sobre a economia. O artigo semanal é uma parceria do Departamento de Economia da UFPB com o Grupo WSCOM.

Segundo Erik, “fechando o conjunto de resultados centrais do artigo, os professores Di Tella e MacCulloch encontram uma associação negativa entre pensamentos econômicos de esquerda da população e o crescimento econômico.”

Confira o artigo na íntegra:

É a cultura, estúpido!”

Por Erik Figueiredo

O filósofo Olavo de Carvalho, cuja obra se encontra em cartaz nos cinemas com o filme “Jardim das Aflições”, costuma afirmar que o brasileiro possui completa aversão ao conhecimento. Essa característica, aliada a décadas de atuação do marxismo cultural, vem jogando a cultura nacional na lama e produzindo impactos expressivos sobre cidadão mediano, em especial, na sua busca por qualificação. Vivemos hoje o cenário preconizado pela teoria do medalhão, desenvolvida por Machado de Assis, onde um pai traça o caminho para o sucesso do filho baseado em um vocabulário limitado, pouco conhecimento e atividades que requeiram menos raciocínio e construção imaginativa. Ao chegar ao cume da escala social, o indivíduo fará parte de uma elite econômica que vive exclusivamente da ‘breguice’ da ostentação material sem nenhuma ambição intelectual. Os exemplos são vastos e representativos. Quem não se lembra do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, dançando com lenço na cabeça em um restaurante de Paris; da ex-presidente Dilma se hospedando, à custa do contribuinte, em um dos hotéis mais caros de Nova Iorque ou; do ex-presidente Lula cortando os céus do país em jatinhos particulares. Em resumo, na terra onde as relações pessoais são mais importantes para a alocação no mercado de trabalho do que a capacidade e/ou a habilidade cognitiva, temos engenheiros civis que não sabem realizar um cálculo estrutural, economistas que não ponderam os efeitos de equilíbrio geral e intertemporal de uma política pública e, mais recentemente, uma representante dos estudantes que sequer estuda.

Contudo, qual o impacto dos elementos culturais brasileiros sobre a atividade econômica do país? Na ausência de estudos empíricos voltados para a economia local, podemos olhar para as evidências voltadas o resto do mundo. Um artigo recente dos professores Rafael Di Tella (Harvard Business School) e Robert MacCulloch (University of Auckland) – Culture, Beliefs and Economic Performance -, demonstra que a cultura possui um papel importante sobre a produtividade média dos trabalhadores. Essa relação se dá através das escolhas que os indivíduos fazem na hora de alocar os seus recursos escassos. De uma forma mais específica, se uma sociedade valoriza e premia o conhecimento, então os indivíduos alocarão mais tempo buscando-o, o que resultará em trabalhadores mais produtivos e, por conseguinte, maior bem-estar social. Do outro lado, caso prevaleça à cultura do “jeitinho” como uma forma de obter resultados econômicos com mínimo esforço, então o equilíbrio de longo prazo será caracterizado pela pobreza e pela eterna crença de que algo vai melhorar no futuro.

Fechando o conjunto de resultados centrais do artigo, os professores Di Tella e MacCulloch encontram uma associação negativa entre pensamentos econômicos de esquerda da população e o crescimento econômico. Isso nos leva a refletir sobre os efeitos que as décadas de doutrinação esquerdista, a partir do já citado marxismo cultural, vêm provocando na vida do brasileiro. Em poucas palavras, se pode afirmar que os pensamentos de esquerda possuem um impacto real. Eles inibem a produtividade, reduzem o crescimento do PIB e condenam a população a viver na pobreza. Nesse sentido, a crise econômica atual não é um mero fruto da nova matriz econômica e da corrupção usada como estratégia de poder, ela possui elementos culturais caracterizados pelo coitadismo e pela inveja em relação aos que alcançam o sucesso. Em resumo, a doutrinação esquerdista é muito mais nociva do que parece ser. A esquerda destrói a vida daqueles que ela diz proteger. 

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso
Ir para o conteúdo