O presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Estado da Paraíba (Cagepa), Marcus Vinícius Fernandes Neves, explicou a situação do reservatório de Boqueirão e os efeitos da crise hídrica para o racionamento que gradualmente se expande em Campina Grande e nas cidades que são abastecidas pelo Boqueirão. Ele ressaltou que o cenário vivido hoje é o pior da história, mas que a Companhia vem se esforçando para minimizar os impactos sofridos pela população. Marcus explicou também como será realizado o abastecimento por zonas em Campina.
“O volume ofertado de 650 litros por segundo que foi outorgado pela ANA (Agência Nacional das Águas) vai continuar o mesmo. O que mudou para que haja essa mudança de racionamento? Temos uma situação que começa por volta do dia 22, 23 desse mês que seria a não possibilidade de fazer a captação por aquela tubulação chamada tomada de fundo da represa de Boqueirão que hoje está em nível histórico, temos 34,9 milhões de metros cúbicos isso representa 8.5% de sua capacidade, o pior cenário tinha ocorrido em 1999 com 14%. Então chegamos ao pior cenário da história”, lamentou.
Marcus Vinícius explicou como se deu a mudança na estrutura hídrica de Campina Grande para a implantação do sistema de racionamento por divisão em zonas. Cada zona será contemplada por dois dias de abastecimento. Serão duas, a primeira vai ter abastecimento das 5h da segunda-feira até 23h59 da quarta-feira. Já na Zona 2 o abastecimento vai ser das 5h da quinta-feira até 13h do sábado.
“Desde lá de trás, quando preparamos o flutuante [sistema de captação], fizemos os testes, muitas vezes a população nem sentia essa alteração, ficamos ajustando toda a rede de Campina Grande para que a gente chegasse hoje e fizesse essa divisão da cidade em dois grandes setores porque anteriormente isso não era possível. Tivemos que implantar uma série de registros, de equipamentos e de monitoramento inclusive alterando o nosso próprio regime de automação da cidade para que a gente pudesse fazer esses ajustes que já vem sendo feito há seis meses e que vai acontecer agora no dia 18”, disse.
Ele explicou que a divisão das zonas levaram em conta critérios para que a população em geral sofresse menos os efeitos do racionamento. “A partir do dia 18 a cidade será dividida em duas zonas, a Zona 1 que é a zona sul da cidade e a Zona 2 que é a zona norte e centro. Fizemos isso observando a quantidade de população residente, a área de influência dos reservatórios. Toda uma questão de logística, por exemplo quando nós tratamos de colocar a zona norte e centro para pegar um pedaço da sexta e do sábado a gente sabe que ali tem bares tem hotéis, então você trabalha com uma distribuição onde a gente procura onerar o mínimo a população nessa situação como existem em estados vizinhos de não ter água em grandes cidades prejudicando até a produção e o convívio das pessoas naquela cidade”, finalizou.

