‘Nunca vi Paris desse jeito, clima está tenso após o atentado’, diz brasileira

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 Brasileiros que moram ou estão visitando Paris relatam que desistiram de passeios e de compromissos para ficar em casa na tarde desta quarta-feira (7) após o tiroteio na sede da revista de humor Charlie Hebdo que matou 12 pessoas na capital francesa.

Casada com um francês e grávida de quatro meses, a brasileira Thereza Moreira, de 35 anos, mora em Paris desde 2011, e diz que nunca viu a cidade tão tensa. Ela tinha combinado de fazer compras com amigas no famoso centro comercial Galerias Lafayette, mas desistiram de sair com medo.

“Está muito tenso. O exército está em todo lugar, na Torre Eiffel, no Louvre. Todo mundo te olha com olhar de desconfiança”, afirma.

Ela diz que viu uma entrevista na TV com a prefeita de Paris, que orientou que as pessoas sigam a vida normalmente, mas prefere ficar em casa ao menos até encontrarem os autores do atentado. “A gente não sabe, os atiradores podem estar na rua, no nosso meio”, diz.

Ela diz que deixou o Brasil para fugir da violência urbana e que está chocada com o que aconteceu em Paris. “Nunca vi Paris desse jeito. Não sei quanto tempo vai demorar para as pessoas se sentirem seguras de novo”, afirma.

A engenheira Ana Ramalho, de 26 anos, está na cidade a turismo com o namorado e os sogros e resolveu cancelar o passeio da tarde para ficar no hotel. Eles estão hospedados perto de onde aconteceu o ataque e ficaram sabendo do ocorrido ao voltar de um passeio na catedral de Notre-Dame.

“Quando aconteceu estávamos no metrô, ele não fechou as portas e uma gravação disse que não iria partir. Então deixamos o vagão e subimos para a rua. Vi pessoas chorando, barulho de ambulâncias e polícia pelas ruas. Nos metrôs estavam falando para as pessoas prestarem atenção em sacolas e caixas abandonadas, para avisar caso houvesse algo anormal”, conta.
Chegando ao hotel, ficou sabendo que tinha ocorrido do outro lado da rua. Eles tinham planejado continuar fazendo turismo pela cidade, mas cancelaram o passeio com medo. “As pessoas na rua não parecem tão preocupadas, mas íamos para pontos turísticos e decidimos não ir, com medo”, afirma.

Outros turistas relatam que resolveram seguir com sua programação normalmente. É o caso da professora universitária Kely Paiva, de 44 anos, que está em Paris com a família e conseguiu fazer os passeios programados nesta quarta-feira.
“Não percebemos nenhuma tensão. Fomos à região da Ópera e estava muito tranquilo. Se não fosse o Wi-Fi em uma cafeteria, talvez só soubesse agora à noite do ocorrido”, diz.

Para a empresária Tatiana Almeida, de 34 anos, que acabou de chegar a Paris com o marido, o que mais chamou a atenção foi a presença de policiais fortemente armados no aeroporto e nas estradas.

Mas ela diz que notou os moradores da cidade mais cautelosos do que os visitantes. “Para gente está tudo fluindo bem, não tivemos nenhum problema. O que notamos foi mesmo um cuidado maior com a vigilância”, afirma.

A analista financeira Mariana Sakoda, de 23 anos, que está passeando em Paris com os pais, os irmãos e uma prima, também ressalta o forte esquema de segurança após os atentados. “Já é noite e a cidade ainda está em alerta, com muitos policiais armados nas ruas”, diz.

Eles pensaram em cancelar os passeios por causa da movimentação nas ruas, mas desistiram. “Pensamos em ir para outro lugar, mas nos sentimos bastante seguros com a quantidade de policiais nos arredores e prosseguimos o passeio”, afirma.
 

 

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