Corpo do escritor Gabriel García Márquez será cremado no México

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Apenas a família e amigos de Gabriel García Márquez participaram do velório do autor de “Cem anos de solidão”. García Márquez morreu na tarde desta quinta-feira (17), em sua casa no número 144 da Rua Fuego, na Cidade do México.

A família decidiu que a cerimônia de cremação também vai ser privada e que será na capital mexicana, onde o escritor colombiano viveu por mais de três décadas.

Leitores e fãs vão poder homenageá-lo numa cerimônia pública marcada para segunda-feira (21), às 16h, no Palácio de Belas Artes. Na Colômbia, Gabo foi homenageado com noites de vigília. O presidente Juan Manuel Santos decretou luto oficial por três dias e pediu que as bandeiras colombianas fossem colocadas a meio mastro.

História do escritor

Gabo, como era conhecido, fez fama e fortuna contando a estranha realidade latino americana em textos carregados de superstição e fantasia. Sua infância vivida na pequena Aracataca, no nordeste da Colômbia, era a fonte de suas maiores obras.

As histórias do avô, herói militar, e os causos contados pela avó, se implantaram na memória do escritor. A tal ponto que ele costumava dizer que nada de novo aconteceu na vida dele depois desses primeiros anos no interior da Colômbia.

A carreira jurídica, sonhada pelos pais, não convenceu Gabo. Preferiu a vida de repórter, mais próxima das noitadas e da poesia.

Depois de 20 anos de jornalismo e literatura, García Márquez juntou forças para escrever sua grande obra: Cem anos de solidão.

Trancou-se em casa durante um ano e meio para produzir o livro, que conta a saga de uma família espelhada nos antepassados do próprio escritor. O esforço literário só não foi menor do que as acrobacias financeiras da mulher dele nesse tempo de vacas magras.

Sem dinheiro nem para pagar os seis maços de cigarro, que o marido consumia por dia, Mercedes empenhou até os móveis da casa.

No final, rejeitado por várias editoras, García Márquez teve de despachar seus originais para a Argentina. Somente lá a obra, que venderia milhões de exemplares, encontrou alguém disposto a publicá-la.

O mestre do chamado realismo fantástico escreveu muito e bem. Aos poucos, voltou seus livros para a realidade. Criou 42.

Logo depois do escrito lançar o livro “Crônica de uma morte anunciada”, ele foi processado por um colombiano. O homem dizia que o homem tinha usado a história da vida dele ilegalmente, exigiu indenização em dinheiro e também usando seu nome como coautor nas futuras edições.

Gabo admitia ter usado a história do homem como inspiração, mas dizia que a obra era totalmente original e lutou pelos seus direitos. No final ganhou a causa.

O juiz disse que ele não devia nem um tostão ao homem e nem deveria incluir seu nome nas edições futuras.

Dizia que “a Metamorfose”, de Franz Kafka mudou sua vida e reconhecia como heróis os também escritores Ernest Hemingway e William Faulkner, além de Fidel Castro. As simpatias do colombiano pelo poder atraíram críticas.

A saúde de García Márquez criava problemas há algum tempo. Em 1999, ele recebeu o diagnóstico de câncer linfático. Há dois anos, o irmão do escritor revelou ao mundo que o Nobel de Literatura sofria de algum tipo de demência. Talvez, por isso, Gabo não publicou mais ficção apenas uma coletânea de discursos, dois anos atrás.

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