A embaixada da Itália em Assunção negou ter emitido um novo passaporte italiano para o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que foi condenado no processo do mensalão e fugiu do Brasíl há cerca de 50 dias. A embaixadora da Itália no Paraguai, Antonella Cavallari, afirmou por e-mail que “não foi expedido nenhum passaporte em nome de Henrique Pizzolato através dos serviços consulares da embaixada italiana no Paraguai”. Considerado foragido, Pizzolato teve prisão decretada na sexta-feira para cumprimento da pena de 12 anos e sete meses regime fechado por lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva.
No sábado, o advogado de Pizzolato, Marthius Sávio Cavalcante Lobato, disse à Polícia Federal que familiares afirmaram que o foragido estaria na Itália, após deixar o Brasil pela cidade de Ponta Porã (MS) e ingressar no Paraguai por Pedro Juan Caballero. As duas cidades são separadas apenas por uma avenida. A fuga, segundo uma carta assinada pelo réu, teria ocorrido em busca do “legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento na Itália”.
No Paraná, uma pessoa que mantinha contato frequente com Pizzolato disse não acreditar na versão de fuga do réu pela fronteira com o Mato Grosso do Sul. Segundo o homem, que preferiu não ter o nome revelado, Pizzolato “tem uma postura calma, direcionada e evita adotar posições emocionais”. “Não creio que ele escolheria aquela região, considerada perigosa pela presença de traficantes. Se ele fugisse pelo Paraguai, acho que escolheria a rota de Foz do Iguaçu. Além de ser mais tranquila, ele poderia contar com apoio de pessoas que ele conhece”, disse a fonte.
Militante
Nascido em Santa Catarina, Henrique Pizzolato se destacou no Paraná , na década de 1990, como militante do Partido dos Trabalhadores. No Estado, presidiu a Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi candidato a vice-prefeito da cidade de Toledo e disputou o cargo de governador pelo PT em 1990. Quatro anos depois, foi candidato a vice-governador na chapa liderada pelo atual diretor técnico executivo da Itaipu Binacional, Jorge Samek.

