Grito de ‘fogo’ salvou moradores de incêndio na favela de Heliópolis

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 Moradores da favela Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, contaram neste domingo (7) que tiveram pouco tempo para escapar do incêndio que atingiu dezenas de moradias durante a madrugada. Francisco Barbosa de Melo, de 43 anos diz que estava dormindo quando ouviu moradores gritando: “É fogo, é fogo, salva, salva”. Segundo a Defesa Civil, há cerca de 220 famílias desabrigadas (cerca de 800 pessoas) sendo cadastradas.

O major Valdir Pavão, do Corpo de Bombeiros, afirmou que até o início da tarde foram localizados três mortos, entre os quais duas mulheres e uma criança, além de 22 feridos, dos quais, três em estado grave.

Os feridos foram encaminhados para o Pronto Socorro de Heliópolis e para a Santa Casa. Os bombeiros receberam queixas de dezenas de desaparecidos, mas querem confrontar os dados com os atendimentos em hospitais. O rescaldo continuava na tarde deste domingo sem prazo para terminar.

As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas. Segundo o major, construções irregulares como as da favela de Heliópolis apresentam vários riscos de incêndio, desde fiação clandestina que pode ocasionar curto-circuito até explosão de botijão de gás.

Trabalhador da construção civil e morador há 30 anos na Comunidade da Ilha, Francisco Barbosa de Melo, de 43 anos diz que só deu tempo de acordar a mulher, Gerilda Leite da Silva, de 22 anos e pegar a filha de dois anos, Anelise, e o filho de dois meses, Carlos Eduardo. A família perdeu documentos, fogão, forno microondas e uma geladeira comprada recentemente, além da casa de alvernaria pela qual Francisco pagou R$ 16 mil.

O ajudante geral Marcelo de Jesus, de 28 anos, salvou a mulher, os dois filhos e o cachorro. Ele diz ter pago R$ 17 mil pelo imóvel, consumido pelo fogo e que foi muito difícil sair porque o aglomerado tem moradias de até cinco andares, ocupados por mais de uma família, e corredores apertados, que dificultam a fuga em caso de incêndio.

Sérgio Luiz de Souza Andrade, de 42 anos, disse que está na rua e não tem para onde ir. Ele demonstrou preocupação com cadastramento de famílias pela Prefeitura de São Paulo. Uma funcionária da Prefeitura disse que o cadastramento de moradores já ocorre neste domingo.

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