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Mulher trans conquista retificação de documentos para participar de Casamento Coletivo, na Paraíba


28/04/2025

(Foto: Reprodução)

Portal WSCOM

A alegria preencheu a sala da Coordenadoria de Defesa dos Direitos Homoafetivos, da Diversidade Sexual e do Combate à Homofobia da Defensoria Pública da Paraíba (DPE-PB) quando Nicoly Pietra entrou. Com um vestido longo e florido e segurando uma pasta como quem segura um sonhado prêmio, ela mostrava sua nova Certidão de Nascimento. Sua mãe, Joana Darc, estava ao seu lado, celebrando a conquista da filha.

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A retificação de nome e gênero, embora seja um direito, ainda não é acessível a todas as pessoas trans. Com o auxílio integral da Defensoria e de forma gratuita, Nicoly conseguiu emitir um novo documento e realizar um desejo antigo. “Eu sempre tive o interesse de colocar meu nome atual em meus documentos, porque sempre me anunciei como Nicoly. Sempre gostei desse nome, desde pequena. Quando procurei a Defensoria, todas aqui me auxiliaram. Eu não tinha nenhuma noção sobre esse direito, e descobri-lo foi o mais bacana de tudo. Agora me sinto uma mulher completa”, contou.

CASAMENTO COLETIVO – A transformação na vida de Nicoly não veio apenas com a mudança de seus documentos. Ela também irá realizar o sonho do casamento. Em uma relação de 12 anos com seu parceiro, agora se sente segura para dar o próximo passo. Eles serão um dos casais da segunda edição do Casamento Coletivo LGBTQIAPN+, que tem o pré-cadastro aberto a outras pessoas da comunidade até o dia 30 de abril, próxima quarta-feira. Em parceria com a Associação dos Notários e Registradores da Paraíba (Anoreg/PB) e movimentos sociais, a DPE-PB planeja uma cerimônia coletiva em junho deste ano.

“Hoje o que eu mais quero é me casar. Quero mostrar à sociedade e à minha cidade, Bayeux, que nós, mulheres trans, travestis, gays, lésbicas e bissexuais, temos o direito ao matrimônio. Temos direitos iguais aos casais héterossexuais e cisgêneros. Estou animada e nervosa. Nunca tive essa oportunidade de me casar. Graças à Defensoria, será gratuito. Estou ansiosa para ser reconhecida como uma mulher casada. Já vivemos juntos há 12 anos; agora quero que toda a sociedade saiba. Além de ser a Miss Bayeux Trans, também quero ser a Nicoly casada”, comenta.

O sorriso de Nicoly refletia no sorriso de sua mãe. Segundo Nicoly, Joana sempre a respeitou e compreendeu que havia nela uma mentalidade e uma espiritualidade femininas. Ela reconhece que essa não é a realidade de muitas pessoas LGBTQIAPN+ e mal pode esperar para vê-la entrando em seu casamento. Emocionada com as palavras da filha, Joana Darc reafirma seu companheirismo: “Eu, como mãe, sempre apoiei e vou apoiar até o fim da minha vida. É uma filha que eu não tenho nem palavras para descrever. Estou muito feliz que ela aproveitou essa oportunidade de casar. Eles têm todo o meu apoio, para sempre, até o fim da vida”.



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