Saúde
Morre mulher que teve bebê morto e útero retirado após parto em maternidade de Campina Grande
25/03/2025

Isea, maternidade em Campina Grande. (Foto: Sintab/Divulgação)
Da Redação / Portal WSCOM
Maria Danielle Cristina Morais Sousa, de 38 anos, morreu nesta terça-feira (25), em Campina Grande, cerca de um mês após perder o filho recém-nascido e passar pela retirada do útero durante um parto no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea). A informação foi confirmada pela família, mas a causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.
O caso de Danielle ganhou repercussão após denúncia feita por seu marido, Jorge Elô, nas redes sociais. Segundo ele, a mulher foi vítima de negligência médica durante o procedimento, ocorrido no início de março deste ano. O bebê do casal morreu durante o parto após suposta superdosagem de medicamento para indução do nascimento. Danielle apresentou complicações graves e precisou ter o útero removido em cirurgia de emergência.
De acordo com Jorge Elô, Danielle deu entrada na maternidade no dia 27 de fevereiro. Exames médicos realizados no dia seguinte indicaram condições para parto vaginal, e ela recebeu comprimidos intravaginais para induzir o trabalho de parto. Durante a madrugada do dia 1º de março, um médico substituiu a medicação por via intravenosa, o que, segundo ele, intensificou as contrações.
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O pai relatou ainda que as enfermeiras aumentaram a dosagem do medicamento sem consultar o médico responsável, após o bebê já apresentar sinais de nascimento iminente. “Ela começou a vomitar e a tremer de frio. Ao procurarmos ajuda, ouvimos que era ‘normal’. Desesperada, [a vítima] implorou para não ficar sozinha, mas as profissionais a abandonaram, alegando ter outras gestantes para atender. Nosso médico de confiança havia ido embora do plantão sem sequer nos ver”, afirmou Jorge em publicação nas redes sociais.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Campina Grande anunciou, no dia 11 de março, o afastamento dos profissionais envolvidos no atendimento de Danielle e abriu uma sindicância interna para apurar as circunstâncias do ocorrido.
Paralelamente, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) iniciou em 12 de março uma investigação preliminar sobre possível negligência médica no caso. A Polícia Civil também conduz inquérito sob responsabilidade do delegado Rafael Pedrosa, que aguarda depoimentos de testemunhas e resultados de laudos periciais sobre o bebê e sobre o útero removido.
Segundo a família, Danielle esteve internada durante 12 dias no Hospital Municipal Pedro I, recebeu alta, mas voltou a apresentar complicações e faleceu horas após retornar para casa. Até o momento, a Secretaria de Saúde municipal não se pronunciou oficialmente sobre a morte de Danielle.
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