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Galeria de Arte Archidy Picado recebe a exposição “Limbo”, do artista José Rufino

A Galeria de Arte Archidy Picado, do Espaço Cultural José Lins do Rego abre, na próxima terça-feira, 03 de julho, às 19h, a exposição “Limbo”, do artista José Rufino. O acesso é gratuito e o período de visitação estende-se até 3 de agosto de 2018. Depois desse período, a mesma mostra será aberta na galeria da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.

O artista revela que “Limbo” é o resultado de um exercício de resgate de obras que estavam guardadas, perdidas, esquecidas, desprezadas, inconclusas ou apenas à espera de uma chance para aflorar pelas brechas das obras tidas como maiores, ou mais dignas de existência. Estão aqui coisas que José Rufino chama de pré-obras ou proto-obras, além de esboços, maquetes (de obras realizadas ou não), desenhos da infância e juventude, e resquícios do seu interesse, nos anos de 1980, pela poesia concreta e visual, bem como pela arte-postal. Esse rescaldo do limbo das camadas da criação cobre o intervalo de 1970 a 2018 e inclui obras mais recentes, simplesmente pelo fato de terem voltado ao ateliê, depositadas em algum tipo de esquecimento.

A mostra é um arquivo, uma linha do tempo, uma revelação dos meandros da criação. Como tal, é uma mostra de excessos, assim como tem sido a trajetória de Rufino, que já acumula centenas de exposições e alguns milhares de obras produzidas.

Xérox de colagens e poesias visuais do período 1984-1987, bem como exemplares de cartões pintados para envio como arte postal, representam o interesse do artista pelos movimentos mais experimentais, ao contrário do que acontecia com sua geração, mais devotada ao retorno à pintura (Geração 80).

Algumas obras produzidas nos anos de 1990, inclusive expostas na Funesc (Espaço Colonizado, 1992; Respiratio, 1995; Fructus, 1996), estão presentes como foto-documentos.

Diante da enorme quantidade de obras, e mesmo de materiais à espera de uso nas mapotecas, caixas, arquivos ou espalhados pelos espaços de trabalho, foram selecionadas apenas algumas vertentes para a mostra Limbo, como obras sobre papel, pequenos objetos, caixas, livros-objeto e monotipias à maneira de Rorschach, pensando na representatividade da obra de Rufino.

Umas séries estão mais representadas, como os desenhos sobre cartas de família
(Cartas de Areia), iniciados nos anos 1980 e ainda em curso, pinturas influenciadas pelo grupo Gutai e monotipias à maneira o teste psicanalítico de Hermann Rorschach. LIMBO não é uma grande instalação, como Plasmatio (2002), Faustus (2010), Silentio (2010) ou Ulysses (2012), mas é, certamente, a manifestação do processo mais íntimo e complexo que já enfrentou para a concepção de uma exposição. Claro que escavação e retrabalhamento já são ingredientes fundamentais de sua produção e se fundem a interesses por temas recorrentes, como passado, memória, saudade, relação público-privado e oprimido-opressor, em praticamente todas as obras. No entanto, em LIMBO lançou-se num jogo: passar uma peneira fina pelos cantos do ateliê e catar as coisas que mais pediam, ou podiam ser tratadas, restauradas, terminadas, datadas e levadas à existência de coisas de arte. Cada coisa aqui peneirada assume a tarefa de falar pelas outras, de compor um corpo só, quimérico e descontrolado.

Limbo é também um reconhecimento a alguns dos poetas e artistas cujas obras foram fundamentais para a formação do repertório de José Rufino, especialmente nos anos de 1980

José Rufino – João Pessoa, Paraíba, 1965 – Artista e escritor, é também professor de Arte nas Universidades Federais da Paraíba e Pernambuco. É autor do livro “Afagos”, editado pela Cosacnaify, do romance ainda inédito, “Desviver”, que recebeu a Bolsa Funarte de Criação Literária, em 2009.

Participou de cerca de duzentas exposições, entre coletivas e individuais no Brasil e exterior. Entre elas: Dogma, na Central Galeria de Arte, em São Paulo, Violatio, no Museu da Escultura Brasileira, no CCBB/Rio de Janeiro, Aenigma na Galeria Milan em São Paulo; Blots & Figments, no Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, EUA, e Faustus, no Palácio da Aclamação, em Salvador, quando ganhou o prêmio Bravo-Prime de melhor exposição do ano no Brasil. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo e das Bienais do Mercosul, Venezuela, Havana e Bienal do Fim do Mundo, em Ushuaia, Argentina.

Em 2016 ganhou o prêmio Mário Pedrosa, da ABCA, Associação Brasileira de Críticos de Arte, como melhor artista brasileiro contemporâneo. Atualmente é artista e também curador da Usina de Arte, projeto que transformou em polo cultural uma usina desativada, na zona da mata, no sul de Pernambuco.

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