Política

Manifestantes invadem Congresso Nacional e depredam Salão Negro do Palácio do Planalto

Militares tentaram conter participantes de ato antidemocrático com spray de pimenta e bombas de efeito moral. Vidraças do monumento foram destruídas. Patrulhamento não consegue conter invasores, que subiram rampa do Congresso e entraram pelo Salão Negro


08/01/2023

Bolsonaristas sobem no Congresso Nacional, em Brasília (Foto: Afonso Ferreira/TV Globo)

WSCOM com g1/Estadão



Manifestantes invadiram o Congresso Nacional, na tarde deste domingo (8), em um ato que pediu intervenção das Forças Armadas e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro também se dirigiram ao Palácio do Planalto e à Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo Tribunal Federal (STF), com o discurso de fazer uma intervenção em todos os Poderes.

Depois de invadir o Congresso, os manifestantes se dirigiram à rampa do Palácio do Planalto, e entraram pelo Salão Negro do prédio onde fica o Gabinete oficial do Presidente da República.

 

 

Policiais militares tentaram conter os bolsonaristas radicais com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Imagens do local mostram que um veículo da Força Nacional caiu no espelho d’água do monumento.

Força Nacional está no Congresso — Foto: Reprodução

Força Nacional está no Congresso — Foto: Reprodução

 

Os policiais também usaram bombas de efeito moral na tentativa de conter os participantes do ato antidemocrático. Até a última atualização desta publicação, a Polícia Militar ainda não havia se manifestado sobre a invasão.

No local, há pontos com fumaça. Além disso, vidraças do monumento foram quebradas.

Após a invasão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco disse em uma rede social que em uma conversa por telefone, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou que “está concentrando os esforços de todo o aparato policial, no sentido de controlar a situação”. Pacheco disse ainda que repudia os atos antidemocráticos e que eles devem “sofrer o rigor da lei com urgência”.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou via assessora que está em Brasília e “acompanhando a situação, ao mesmo tempo que mantém diálogo com o Governo do Distrito Federal”. No sábado, 7, Dino autorizou o uso da Força Nacional para conter os atos e a Esplanada dos Ministérios foi fechada para veículos. Os manifestantes, porém, caminharam a pé do quartel general do Exército e foram até o Congresso Nacional, com faixas pedindo “Lula na cadeia”, “intervenção militar” e “Bolsonaro presidente”.

Os atos antidemocrático em Brasília acontecem exatamente dois anos após a invasão ao Capitólio americano, quando manifestantes trumpistas invadiram o congresso norte-americano em protesto contra a derrota de Donald Trump nas eleições.


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