Internacional
João Lobo expõe Itacoatiaras do Ingá em Lisboa, numa das principais vitrines: o Príncipe Real
30/08/2022
Quem passa pelo monumento Principe Real, em Lisboa, se depara com cartaz de exposição especial do artista visual João Lobo, natural de Brejo do Cruz-PB, apresentsndo um trabalho produzido a partir das inscrições rupestres das Itacoatiaras do Ingá a convite do Museu Nacional de História Natural e da Ciência de Portugal, por conta das comemorações dos 200 anos de Independência do Brasil.
Radicado na Europa, o artista luso-brasileiro iniciou este trabalho por volta de 2004. Escolheu fotografar com filmes analógicos com datas de validades alteradas, com o intuito de subverter a técnica e reproduzir impressões visuais ampliadas das gravuras do rochedo. Despois, utilizando a tecnologia digital produziu imagens com longas exposições e muitas variações nos movimentos.
“Os desenhos que ali estão já são obras de arte. Não fazia sentido reproduzir mimeticamente aquele painel. Dessa forma, trabalhei com diversos recursos fotográficos para apresentar uma leitura artística com as minhas impressões pessoais, a minha expressão”, diz João Lobo.
Este projeto é amplo e está em fase de produção. A sua versão original, “Itacoatiara Luz e Mistério”, conta com a poesia de Juca Pontes, os desenhos de José Rufino e a produção de um filme. Porém, diante do convite da Instituição portuguesa para celebrar a efeméride, João Lobo resgatou parte deste trabalho (inédito) e montou um conjunto de obras para formar “ÏNDICE itacoatiara do ingá”, que também será publicado em livro trilingue com depoimentos de investigadores e críticos de artes relevantes do Brasil, Portugal, Argentina e Estados Unidos da América.
A exposição ÍNDICE itacoatiara do ingá
As gravuras incrustadas no paredão rochoso das Itacoatiaras de Ingá, servem de substancias para a criação de uma proposta artística com caracteres de diálogos entre o antigo e o moderno.
A leitura que o artista fez desta obra arqueológica, transpassa a pesquisa científica e sustenta a sua concepção no território da arte, onde a livre criação permite estabelecer o diálogo entre o antigo e moderno sem por em causa as fundamentações da ciência.
A experiencia do artista em contrariar os procedimentos técnicos formais, trás a lume nesta produção a riqueza plástica do sitio arqueológico do Ingá, quando serve de modelo para um trabalho em que os procedimentos técnicos são usados para promover um diálogo uníssono entre o antigo e o moderno. Entre o analógico e o digital.
Dessa forma, as obras apresentadas nessa mostra possuem características plástica próprias, dissonantes, mas que dialogam em uma só frequência consoante a linha discursiva que as gravuras da pedra do Ingá podem fornecer a arte e ao artista.
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