Sentadas na pista de concreto, meia dúzia de crianças de 9 a 12 anos olhavam admiradas para os ídolos. Um deles, praticamente da mesma idade, já exibe um currículo de invejar muito adulto. Rayssa Leal é a atual campeã brasileira e vice-campeã mundial de skate street. Mais jovem indicada desta edição do Prêmio Laureus, concorrendo como Melhor Atleta de Esportes de Ação, a brasileira de 12 anos desafia limites de um esporte que chega aos Jogos de Tóquio com a missão de rejuvenescer o programa olímpico, impressionando até lendas como Tony Hawk.
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Rayssa Leal com crianças de projeto alemão apoiado pela fundação Laureus Sport for Good — Foto: Helena Rebello
Neste sábado (15), Rayssa, a nipo britânica Sky Brown e Tony Hawk visitaram o Berlim Skatehalle, arena indoor que abriga o projeto High Five. A iniciativa promove o skate e o snowboard como ferramentas de inserção social e é apadrinhada pela fundação Laureus Sports For Good (Esporte para o bem), que apoia mais de 200 programas em mais de 40 países – oito no Brasil.
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me and the legend @tonyhawk ? Thank you so much for the inspiration ? @laureussport #laureus20
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A proximidade de idade das jovens estrelas do circuito mundial com as crianças do projeto alemão evidenciava o talento acima da média da dupla. Com a experiência de quem também foi um prodígio, competindo profissionalmente desde os 14 anos, Hawk celebra que hoje o skate tenha mais estrutura e reconhecimento que permita o desenvolvimento dos atletas.
– É incrível que a nova geração tenha tantas oportunidades assim. Quando eu comecei a andar de skate havia pouquíssimas oportunidades. O skate era visto de forma muito negativa. Aos poucos, o skate foi ficando popular, mas garotas no skate ainda não algo popular. Agora, com a geração de Rayssa e da Sky tudo é bom.
“Eles são bem acolhidas por todos, há torcida para elas e elas estão brilhando por causa disso. E elas têm muita habilidade, especialmente Rayssa. Ela estabelece muitos desafios pra si própria e eles são grandes, não são pequenos passos, são coisas que skatistas de alto nível estão fazendo há décadas. Ou seja, ela é muito fora da curva”.
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Rayssa Leal, Sky Brown e Tony Hawk entre outros atletas em visita a projeto alemão — Foto: Helena Rebello
A precocidade, no entanto, também gera preocupação. Apesar da média de idade da elite do skate mundial ser baixa, Rayssa é uma criança e está acostumada a ter a companhia dos pais, Haroldo e Lilian, em todas as competições. Essa supervisão não será possível caso a maranhense confirma a classificação olímpica para Tóquio, uma vez que apenas atletas e membros do corpo técnico das confederações e do Comitê Olímpico do Brasil (COB) podem se hospedar na Vila Olímpica.