Política

Fake News: Bolsonaro espalha mentira de que pessoas vacinadas estão desenvolvendo Aids


23/10/2021

Portal WSCOM



O presidente Jair Bolsonaro foi flagrado em sua última live propagando fake news a respeito da imunização contra a Covid-19. Ele se baseou no site conspiracionista beforeitnews.com, que publica textos dizendo que as vacinas rastreiam os vacinados e que milhões de pessoas estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) muito mais rápido do que o previsto.

De acordo com o portal G1, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido afirma que a publicação é de um site que propaga ‘fake news’ e teorias da conspiração e diz que a história não é verdadeira. Zahraa Vindhani, oficial de comunicações da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, também afirma que “as vacinas contra a Covid-19 não causam Aids”. “A Aids é causada pelo HIV.”

https://twitter.com/matheusagostin/status/1451515112477630477?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1451515112477630477%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.brasil247.com%2Fcoronavirus%2Fbolsonaro-espalha-fake-news-de-que-pessoas-vacinadas-estao-desenvolvendo-aids

O autor da mensagem falsa insiste na tese de que a queda da eficácia da vacina se deve a uma queda da imunidade porque o seu sistema imune está se deteriorando pelas vacinas. “Não faz nenhum sentido”, diz Letícia Sarturi, professora titular na Universidade Paulista.

Ela explica: “Primeiro porque a queda da imunidade com o decorrer do tempo é natural. Isso vai acontecer, não só para vacina de Covid, mas para qualquer vacina, para qualquer tipo de imunidade contra infecção. Com o decorrer do tempo, a imunidade vai ser menor, vai diminuindo. As vacinas contra a Covid provocam a imunidade e a gente tem visto que os níveis de anticorpos começam a se reduzir geralmente pelo sexto mês, ou sétimo, depende muito da vacina. Porém, as células que respondem, as células de memória, elas continuam ali presentes. Então, isso é um fato importante, porque isso ainda continua garantindo uma certa proteção, uma certa imunidade, por um tempo. A gente está entrando, por exemplo, na terceira dose para idosos porque essa redução no nível de anticorpos pode comprometer, sim, a imunização dos idosos. Isso é natural. É natural que a imunidade se ative, que forme células de memória e, com o decorrer do tempo, fatores solúveis como os anticorpos, que estão diluídos no sangue, diminuam, se depurem. Então a gente espera, sim, que com o decorrer do tempo a pessoa tenha uma redução nesses fatores associados à imunidade. Porém, falar que você está perdendo, deteriorando seu sistema imune sem nenhuma prova… Ali [no texto] não se prova nada, tem porcentagens colocadas em uma tabela e não tem nenhum experimento, não tem nenhum gráfico experimental usando algum tipo de metodologia, não tem nenhum tipo de aprovação de comitê de ética ou qualquer tipo de desenho, delineamento do experimento para a gente ver como é que foi conduzido isso para se chegar, de fato, a esses dados. Parecem uns cálculos retirados aleatoriamente. Me parece uma coisa muito de opinião, muito subjetivo”. Isso porque, de fato, tal estudo jamais foi feito.



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