O incêndio no Ninho do Urubu completa dois anos nesta segunda-feira. Na madrugada do dia 8 de fevereiro de 2019, dez garotos entre 14 e 17 anos morreram no CT do Flamengo na maior tragédia da história do clube.
O clube fechou indenização com 8 das 10 famílias, além do pai de Rykelmo. O último acordo foi fechado em dezembro. A mãe de Rykelmo entrou na Justiça. A diretoria também não conseguiu chegar a um entendimento com os familiares de Christian Esmério.
O Flamengo iniciou a construção de uma capela no local onde houve o incêndio, atualmente o estacionamento do módulo profissional do CT. Será um memorial para homenagear as vítimas. A inauguração ainda não tem data definida.
As 10 vítimas fatais do incêndio no Ninho:
Athila Paixão, de 14 anos
Arthur Vinícius, 14 anos
Bernardo Pisetta, 14 anos
Christian Esmério, 15 anos
Gedson Santos, 14 anos
Jorge Eduardo Santos, 15 anos
Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos
Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos
Samuel Thomas Rosa, 15 anos
Vitor Isaías, 15 anos.
Além das dez vítimas fatais, havia mais 16 meninos no alojamento no dia do incêndio. Destes, sete seguem no clube, entre eles os três que ficaram hospitalizados: Cauan, Francisco Dyogo e Jhonata Ventura.
O zagueiro Jhonata Ventura, que teve as queimaduras mais graves, foi o único que ainda não voltou a jogar. Ele apresenta uma recuperação lenta e gradual, e alterna trabalhos individuais com treinos com o elenco do time sub-17. Na última sexta, fez exames médicos e testagem de Covid para poder retomar as atividades junto com os companheiros.
Justiça aceita denúncia e lista 11 réus
No dia 15 de janeiro, o Tribunal de Justiça do Rio aceitou denúncia do Ministério Público e, após a conclusão das investigações, foram listados 11 réus, entre eles o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello. Eles responderão por incêndio culposo (sem intenção) qualificado, que terminou com a morte de 10 pessoas e lesão corporal a outros 3 garotos. Como não foram denunciados por homicídio, eles não vão a júri popular.
Em crimes deste caso, na forma culposa, o Código Penal não prevê pena de prisão em regime fechado. As punições podem variar de 1 ano e quatro meses até 6 anos.
Os réus:
Eduardo Bandeira de Mello – ex-presidente do Flamengo
Márcio Garotti – ex-diretor financeiro do Flamengo
Carlos Noval – ex-diretor da base do Flamengo, atual gerente de transição do clube
Luis Felipe Pondé – engenheiro do Flamengo
Marcelo Sá – engenheiro do Flamengo
Marcus Vinicius Medeiros – monitor do Flamengo
Claudia Pereira Rodrigues – NHJ (empresa que forneceu os contêineres)
Weslley Gimenes – NHJ
Danilo da Silva Duarte – NHJ
Fabio Hilário da Silva – NHJ
Edson Colman da Silva – técnico em refrigeração


