A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) se reuniu virtualmente com os clubes da Série A do Campeonato Carioca na noite desta terça-feira em arbitral para debater o retorno do Campeonato Carioca. Por maioria dos votos, ficou definida a volta da competição para a próxima quinta-feira (18 de junho) com a partida entre Bangu e Flamengo, ainda sem horário definido. A preferência é que o jogo seja realizado à noite, com menor volume de pessoas nas ruas.
Botafogo e Fluminense reforçaram a posição contrária à volta imediata do torneio e tentaram empurrar o reinício para julho. Já o Vasco, favorável ao retorno, buscou uma composição que conciliasse as reivindicações dos dois clubes. No entanto, o desejo de Ferj, Flamengo e dos pequenos clubes se sobrepôs às propostas.
O clima do arbitral chegou a ficar tenso e, em um determinado momento, o presidente da entidade, Rubens Lopes, precisou silenciar o microfone de todos os presentes na videoconferência para reiniciar o debate. O dirigente ainda comparou a situação de Botafogo e Fluminense, contrários ao retorno imediato, com a de um “aluno que não estudou”.
– O bom aluno, que estudou, se preparou para a prova, chega para fazê-la, mas o aluno que não estudou quer adiá-la – afirmou o presidente da Ferj.
“O bom aluno, que estudou, se preparou para a prova, chega para fazê-la, mas o aluno que não estudou quer adiá-la”, comentou Rubens Lopes, presidente da Ferj, há pouco sobre o pleito de Botafogo e Fluminense. A coisa segue animada em mais uma madrugada.
— Raphael Zarko (@raphazarko) June 17, 2020
Os dois clubes têm esperança em um entendimento durante reunião na prefeitura do Rio de Janeiro nesta quarta, mas, caso as datas sejam mantidas, levarão o caso à Justiça.
– Em algum momento desta semana, chegamos a acreditar que, em atitude de um saudável exame de consciência, o conselho arbitral da Ferj mudaria a data de nossos jogos, promovendo a entrada dos times em campo somente em julho, quando esperamos semanas epidemiológicas menos graves para o estado do Rio de Janeiro. E em especial na capital, onde já há alguns sinais de uma tendência de redução dos casos de contaminação e de óbitos – ainda que haja alertas de que o relaxamento das medidas de isolamento social poderá provocar uma segunda onda de casos de Covid-19. No entanto, ignorando os riscos da pandemia e mesmo o risco de lesões aos atletas por falta de tempo adequado ao treinamento, o Arbitral optou por manter sua posição imprudente, estabelecendo as datas de 22 e 25 de junho para os jogos do Fluminense – declarou o presidente tricolor, Mário Bittencourt. E acrescentou:
“Sendo assim, não resta outra alternativa ao clube senão buscar as medidas na justiça desportiva para fazer valer o que é certo, ou seja, remarcar a data de nossos jogos para julho. Seguimos no estado de calamidade pública e faremos valer nosso direito de somente entrar em campo quando tivermos o devido tempo de preparação física para garantir as melhores condições aos atletas e a devida segurança sanitária”.
– O futebol ocupa um espaço muito importante na vida das pessoas. Mas os interesses ainda não muito bem esclarecidos de dirigentes não podem fazer com que ele se converta em risco à saúde e à própria vida das pessoas – finalizou Mário.
– Não houve consenso até o momento. O Botafogo tem uma linha de ação definida caso o quadro permaneça inalterado, mas espera que haja entendimento entre os clubes e o seu pleito seja atendido. Não há condições de cumprir esse calendário da forma que foi proposta – disse o presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej.
Botafogo e Fluminense ainda não voltaram a treinar. O time alvinegro prevê o retorno às atividades presenciais ainda nesta semana e confirmou pelo menos cinco atletas positivos para a Covid-19. O clube das Laranjeiras fez os testes em jogadores e funcionários nesta terça-feira e ainda aguarda os resultados.
Escrito por: Edney Oliveira

