O capitão da Juventus, Giorgio Chielini, atacou o volante Felipe Melo, do Palmeiras, a quem chamou de “maçã podre”, metáfora usada para explicar quando uma pessoa afeta um grupo inteiro, e disse que, durante o período em que jogaram juntos na Itália, o brasileiro sempre arrumava motivos para criar conflito. As declarações estão na autobiografia do defensor (“Io, Giorgio”), que será lançada na próxima segunda-feira, dia 11.
“Felipe Melo é o pior dos piores. Não consigo lidar com pessoas que não respeitam ninguém. Estava sempre focado em arrumar problemas e criar conflitos, praticando o contrário do que todos faziam. Avisei os responsáveis do clube acerca disto: ‘temos uma maçã podre’”, escreveu Chielini, em trecho recortado do livro e publicado pelo jornal “La Reppública”, neste sábado.
Em entrevista ao periódico, Chiellini confirmou que realmente o trecho citado faz parte da autobiografia e declarou que não guarda nenhum rancor do brasileiro ou de Mario Balotelli, a quem também ataca na obra.
“Confirmo, mas não tenho rancor nem estou interessado em ter. Se tiver que compartilhar algo com eles, eu toparia fazer. Não sou o melhor amigo de todos, mas eles são os únicos que ultrapassaram um limite aceitável. Como eu já disse, o problema não é se você joga bem, mal ou se, às vezes, sai à noite, mas [o problema] é se você não respeita. Uma vez ou outra é aceitável, mas quando se torna recorrente, não”, disse.
Na resposta, o defensor estava falando das declarações que fez na autobiografia sobre o atacante Mario Balotelli. Ele escreveu que o atacante é uma pessoa negativa e sem respeito por ninguém. As lembranças se referem à disputa da Copa das Confederações de 2013, no Brasil.
Voltando a Felipe Melo, o zagueiro do Palmeiras teve uma passagem rápida pela Juventus. Foram duas temporadas (2009/10 e 2010/11) e nenhum título, algo raro em uma equipe que dificilmente passa mais do que uma temporada em branco. E os resultados foram decepcionantes.
Em 2009/10, a Juventus amargou apenas a sétima posição na Série A. Foi eliminada na fase de grupos da Champions League, nas oitavas da Liga Europa e nas quartas da Copa da Itália. Na temporada seguinte, novamente um sétimo lugar no Campeonato Italiano e eliminações na fase de grupos da Liga Europa e nas quartas de final da Copa da Itália.
Contratado da Fiorentina por 25 milhões de euros em 2009, Felipe Melo jogou 78 partidas e fez quatro gols pela Juventus. Depois se transferiu para o Galatasaray, onde virou ídolo. Foram quase cinco temporadas completas na Turquia.
Após a saída de Melo e outros jogadores, a Juventus começou a trilhar um caminho vitorioso. Venceu as oito edições seguidas da Série A italiana (recorde absoluto) e foi duas vezes vice da Champions League, seu maior objetivo.
Resposta
Felipe Melo respondeu a entrevista de Chiellini ao ser procurado pelo jornal “La Gazzetta dello Sport” e disse: “Antes de tudo, seria interessante conhecer os episódios a que ele se refere. De qualquer forma, para mim não há problema em responder a ‘esse defensor’”.
“Quando eu estava em Turim, nunca desrespeitei ninguém: meus companheiros de equipe, os gerentes, a Juventus em geral. Nesse ponto, portanto, não tenho nada contra ele. E eu nunca vou ter. Agora, ele diz que Balotelli deve levar um tapa e que eu sou o pior dos piores e que ele sempre se via metido em uma briga por minha causa? Bem, ele sempre usava isso… E, me desculpe: é muito fácil falar mal dos outros em um livro. Talvez ‘esse zagueiro’ ainda esteja com raiva de mim porque, quando fui para o Galatasaray, nós os eliminamos na Champions”, prosseguiu.
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Por fim, continuando sua resposta ao italiano, o brasileiro relembrou até a derrota da Itália para o Brasil na Copa das Confederações de de 2009, quando Melo defendeu a equipe de Dunga, na África do Sul. A equipe canarinho foi campeã daquela edição.
“[Talvez esteja irritado] porque a Inter venceu tudo. E eu sou um interista. Ele é assim: ele sempre faz algo… E outra coisa vem à mente: vencemos a Itália por 3 a 0 na Copa das Confederações de 2009, que foi conquistada pelo Brasil. Aqui, talvez ele esteja se roendo com isso. Além disso, em nível internacional, ele não ganhou nada. Então, encerro: dizer que certas coisas provaram não ser profissionais. Isso é desrespeito. Paro por aqui e não adiciono mais nada, certas coisas devem permanecer nos vestiários”, finalizou Melo.
Escrito por: Angelo Medeiros