Fifa testa árbitro de vídeo para a Copa do Mundo da Rússia

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O Mundial de Clubes em 2016, Mundial Sub-20, Copa das Confederações e mais um Mundial de Clubes em 2017. Estes são os quatro eventos da Fifa antes da Copa do Mundo de 2018 com testes do sistema VAR (“vídeo assistent referee”), criado para auxiliar a arbitragem com vídeos. Mas a decisão sobre a utilização desse mecanismo no torneio do ano que vem só sairá em março, quando a International Football Association Board (IFBA) – entidade responsável pelas regras do jogo – fará uma reunião para bater o martelo após analisar os relatórios enviados pela Fifa sobre a experiência nestes campeonatos. Mas o que é o VAR? O GloboEsporte.com ouviu pessoas envolvidas na criação e implementação do sistema para explicar como funciona na prática o uso da televisão no esporte.

Na manhã desta quinta-feira, o alemão Johannes Holzmüller, o suíço Massimo Busacca e o holandês Marco Van Basten conversaram com a imprensa para explicar as novidades propostas pela Fifa. Eles são chefes dos departamentos de Inovação Tecnológica, Arbitragem e Técnico, respectivamente. À tarde, o brasileiro Sandro Meira participou do treinamento dos juízes selecionados para a Copa das Confederações, no qual os jornalistas tiveram acesso ao processo de funcionamento do mecanismo – o mineiro é um dos oito escolhidos para atuarem como “árbitro VAR” no torneio que começa neste sábado e já está escalado para a abertura entre Rússia e Nova Zelandia, em São Petersburgo.

Primeiro, é preciso frisar que nem todo lance polêmico poderá ter o auxílio do VAR. Apenas quatro situações estão no protocolo para serem analisadas pela equipe de arbitragem que ficará dentro de uma sala com os monitores:

Situações de gol

Marcação de pênaltis
Cartões vermelhos
Confusão da identidade de jogadores

A sala montada pela Fifa não dará visão ao gramado e contará com quatro pessoas: o árbitro VAR, o auxiliar VAR, um auxiliar somente para prestar atenção em impedimentos e um operador de vídeo (profissional da empresa contratada pela Fifa).

A mensagem dos envolvidos foi clara: o árbitro VAR só deverá procurar o árbitro de campo em situações de “erro claro”, ou seja, jogadas em que é possível haver diferentes interpretações não devem ser avisadas:

– Minha pergunta como árbitro VAR não é se o árbitro tomou a melhor decisão. E sim se houve um equívoco claro dele. Se a resposta for sim, eu devo intervir – explicou Sandro.

O sistema começou a ser testado pela Fifa em setembro de 2016, com partidas na sede da entidade. Em dezembro do mesmo ano, o mecanismo foi levado ao Japão para o Mundial de Clubes. E já começou com polêmica, com reclamações dos jogadores na semifinal e final. Para Holzmüller, o VAR nunca será perfeito:

– Temos um ser humano atrás das telas e as pessoas comentem erros. Por isso que fazemos muitos treinos, para melhorar o processo. Mas é sempre possível ter erro humano.

Dentro da sala, o árbitro VAR assiste ao jogo em dois monitores: um “ao vivo”, com a transmissão oficial; outro com atraso de três segundos das mesmas imagens. Assim, ele consegue rever a jogada logo em seguida ao acontecimento. Caso precise rever o lance para tirar dúvidas, o árbitro VAR (ou um auxiliar) aciona imediatamente o operador, que providencia novos ângulos. A equipe VAR poderá ter à disposição até 30 câmeras em competições da Fifa.

Se perceber um “erro claro” do juiz de campo, o árbitro VAR faz contato pelo sistema de comunicação sem fio com o juiz de campo e o informa sobre o que viu na repetição da TV. Cabe ao árbitro no gramado tomar a decisão final, de preferência depois de também assistir ao vídeo em um monitor localizado em uma mesa ao lado do campo.

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