Cultura

‘Entendendo a Arte Contemporânea’, por Omar Bradley


03/05/2023



Omar Bradley

obradley@uol.com.br

@omarbradley1

 

O leitor já deve ter se deparado com alguma obra, manifestação ou performance artística e se perguntado se aquilo é arte. De fato, não são poucas as críticas negativas a alguns trabalhos artísticos ditos modernos ou contemporâneos e não é incomum que elas sejam tachadas com comentários que vão de feios a funestos ou intemperados; há inclusive pessoas cujo sentimento em relação a esses trabalhos provocam raiva ou desprezo. No entanto, muitos os consideram geniais, revolucionários e arrebatadores. Sob a inspiração de opiniões e sentimentos tão díspares entre “os que gostam e os que não gostam”, a indagação que surge é: afinal, o que é arte moderna ou, para o que interessa a estas linhas, o que é arte contemporânea?

Para melhor compreensão, os historiadores optaram por dividir em ordem cronológica as várias escolas artísticas existentes. Portanto, a arte contemporânea é basicamente definida pelo período em que foi produzida: do fim do século XIX até meados dos anos 60 do Século XX é moderna, e daí até os dias atuais é contemporânea. Contudo, o critério cronológico não é determinante para se definir uma obra, pois o artista é livre para criar e realizar seu trabalho inspirado ou baseado em outras escolas e temas. 

O artista usar livremente sua criatividade: eis aí a frase mais fácil para se entender a arte contemporânea, pois não há como defini-la objetivamente. A liberdade de criação consolidou esse tipo de trabalho no sentido de fugir do convencional, possibilitando ao artista fazer sua obra com base no que existe na natureza e também na sua subjetividade, utilizando novos estilos, linguagens, materiais e tecnologias. Além disso, os temas explorados podem ser sociais, políticos e existencialistas, e não há necessariamente uma preocupação com a estética, até porque a obra busca provocar o espectador, instando-o à reflexão. Finalmente, há uma imensa variedade de abordagens, como abstratas, geométricas, infantis, pop, HQs, figurativas, uso de corpos e também de culturas e povos de países diferentes.

É indubitável a existência de um crescente público de admiradores e um pujante mercado consumidor de arte contemporânea. Assim, quando vir um trabalho artístico dessa escola, o leitor pode até questionar se aquilo é arte, mas também deve estar consciente de que o artista teve esse propósito: provocar o espectador, despertando nele sentimentos tão diversos e antagônicos quanto gostar ou não gostar.   

Omar Bradley é Procurador Federal

 

*Texto já publicado. Atualizado em maio/2023.



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