Política

Elmar Nascimento diz que perdeu melhor amigo após Arthur Lira anunciar apoio a Hugo Motta


31/10/2024

Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Brasil 247

O deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos deputados falou abertamente do seu descontentamento com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), à candidatura do paraibano Hugo Motta (Republicanos) na disputa pela sucessão da Casa. “Já cheguei muito mais longe do que achava que poderia chegar. Nesse processo eu já comecei perdendo, perdi um amigo que eu considerava meu melhor amigo, o presidente Arthur Lira”, afirmou o parlamentar.

Inicialmente visto como o candidato preferido de Arthur Lira, Elmar renunciou a sua candidatura e vê seu partido articular um possível apoio ao nome do paraibano que já conta com apoios que lhe somariam os votos de 316 deputados, ficando numa posição de candidatura praticamente imbatível.

Além disso, o União Brasil sentia a pressão de não ser marginalizado em futuras negociações políticas. Ao desistir de sua candidatura, Elmar buscava uma saída que não deixasse o União Brasil à mercê de uma eventual disputa direta com Motta. Com o apoio do PP, PT, PL, MDB, Podemos e PCdoB, a candidatura de Motta tornou-se ainda mais robusta.

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A articulação de Elmar com o líder do PSD, Antônio Brito, também encontrou obstáculos, especialmente pela falta de apoio do PT e do MDB, o que comprometeu a formação de um bloco governista forte. Por outro lado, há uma pressão sobre o PSD para que se una à coalizão que apoia Motta, evitando assim o isolamento político.

Sobre uma possível indicação a um ministério na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Elmar ressaltou que a disputa na Câmara é uma questão separada da sua posição no governo. “Estamos tratando da sucessão da Câmara. O ministério é do presidente Lula”, afirmou.

Antes mesmo da reunião, Elmar já sinalizava sua intenção de abrir mão da candidatura, afirmando que a decisão não era apenas sua, mas do partido e de seus aliados.

“A candidatura não é minha, é do meu partido e dos partidos que nos apoiam. Se todos pedirem, tenho que refletir sobre isso. Não posso botar minha vontade pessoal acima da vontade dos companheiros. Além disso, sou o líder do partido e não posso agir apenas pelo que penso”, disse o parlamentar, de acordo com a reportagem.



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