O governador do Rio Grande do Sul e pré-candidato à presidência da República, Eduardo Leite (PSDB), cumpriu agenda dentro das prévias tucanas neste sábado (14) na Paraíba. Na oportunidade, ele concedeu entrevista coletiva para a imprensa no início da tarde e falou sobre as pretensões do PSDB em lançar candidatura de ‘terceira via’ nas eleições presidenciais de 2022.

Ao falar sobre o debate interno que existe dentro do PSDB nacional com as duas pré-candidaturas postas por ele e pelo presidente nacional do partido e governador de São Paulo, João Dória, Eduardo Leite disse que o principal do objetivo do partido hoje é ser protagonista do debate político nacional. Ele defende que o foco do partido é se oferecer como uma opção de centro para o eleitorado nacional afirmando que o centro na política não é a ausência de posicionamento e de ideias, mas uma defesa de um modelo de discussão política sem a presença dos ataques pessoais.

Segundo Leite, o Brasil atualmente se encontra dividido entre dois projetos de poder que visam assumirem a presidência da República a partir de 2023. Para ele, hoje o presidente Jair Bolsonaro que visa se manter no cargo representa um projeto familiar. Já sobre o projeto político encabeçado pelo ex-presidente Lula, Eduardo questionou o fato de a parcela da esquerda representada pelo petista não ter conseguido criar nos últimos 30 anos uma liderança política de nível nacional para substituir o ex-operário.

“O que de novo pode se apresentar para o Brasil? O PSDB se abre a uma discussão nas prévias para definir que cara deseja ter nas eleições. O que o partido terá que definir é qual o estilo de fazer política nos próximos quatro anos”, afirmou o governador do Rio Grande do Sul. Ele enxerga o fato de todas as pré-candidaturas apresentadas pelo seu partido serem postas por nomes que atualmente estão exercendo cargos no executivo estadual e cujas gestões podem ser avaliadas.

Crise dentre os poderes republicanos

“Democracia não é apenas a oportunidade de uma maioria eleger um governo. Vejam que tudo está sempre constante ataque do presidente da República. Vejam que todos os espaços em que podem haver contestações estão sempre sob constante ataque do presidente e dos seus apoiadores”, afirmou Leite. Para ele, a fonte dos questionamentos de Bolsonaro sobre a integridade da segurança das urnas eletrônicas tem origem de fato na certeza de que ele passará a ser questionado através das urnas sobre a qualidade do seu governo.

Sem reeleição

Eduardo também garantiu que não será candidato à reeleição, caso venha a ser eleito presidente da República. Ele explicou que além de todo o seu passado político através do qual já demonstrou este tipo de movimentação ao não disputar a reeleição para a Prefeitura de Pelotas também enxerga que esta é uma atitude que deverá ser tomada por qualquer um que vier a ser eleito em 2022. “O próximo presidente da República precisa ser uma ponte para o Brasil que nós esperamos para o futuro. Caso este presidente não se comprometa com um mandato único ele será atacado por Lulistas e Bolsonaristas desde o seu primeiro dia de mandato.

Combate aos ataques

Eduardo Leite falou sobre a necessidade de se discutir problemas nacionais e combater os ataques pessoais que tomaram conta do debate político atual no país. Ele falou sobre a própria experiência política ao assumir o comando do governo do Rio Grande do Sul e as necessidades de nível nacional com as quais ele se deparou quando assumiu o executivo estadual.

Sensato e equilibrado

Estavam presentes no evento o presidente estadual do PSDB na Paraíba e o deputado federal Pedro Cunha Lima, o deputado estadual Tovar Correia Lima, a deputada estadual Camila Toscano e outras lideranças do partido no estado. Pedro Cunha Lima falou sobre o governador Gaúcho e sua presença na Paraíba.

“Você me inspira, pela sua forma de fazer política e pelos valores que você carrega. Sensato e equilibrado. Há uma frase que eu gosto de repetir: coragem é aquele que tem a ousadia de ser ponderado e diplomático na sua essência.”, afirmou o parlamentar a destacar as qualidades que enxerga em Eduardo em contraste com o momento político de grande polarização que o Brasil atravessa.