Política

Edinho assume o PT e quer partido de volta às bases para “disputa da consciência de classe”


03/08/2025

Portal WSCOM

O 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado em Brasília, oficializou neste domingo (3) o nome de Edinho Silva como novo presidente nacional da sigla. Ex-prefeito de Araraquara (SP) e ministro da Comunicação Social no governo Dilma, Edinho assume com a missão de reconectar o PT à base popular e formular uma agenda própria do partido, mirando a eleição presidencial de 2026.

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Durante o evento, marcado por discursos programáticos e chamadas à unidade interna, Edinho adotou um tom combativo. “Estamos enfrentando o maior líder fascista do século 21, que é Donald Trump”, afirmou. Para ele, garantir a reeleição de Lula em 2026 será parte do esforço para derrotar, também no Brasil, forças que ele considera ligadas ao fascismo contemporâneo.

Reorganização e foco na juventude

Com 40 anos de militância, Edinho defendeu a reestruturação dos núcleos de base como centros de decisão partidária, apontando a necessidade de reconquistar a juventude e a nova classe trabalhadora, retomada da “disputa de consciência de classe”, pautada por educação popular.

O novo presidente também propôs que a economia solidária se torne eixo central da organização partidária. Sugeriu que sindicatos criem secretarias voltadas a esse tema e que o cooperativismo seja uma ferramenta de mobilização para os excluídos. Outro ponto enfatizado foi a retomada do orçamento participativo como prática em administrações petistas.

Edinho frisou que o partido precisa manter uma agenda independente. Entre os temas destacados estão:

Transição energética;

Reindustrialização com foco em ciência e tecnologia;

Segurança pública com base em direitos humanos;

Universalização da educação integral.

Na pauta ambiental, propôs a criação de um fundo com recursos das riquezas da costa equatorial para financiar o reflorestamento da Amazônia. Também defendeu o combate ao desmatamento e atividades ilegais na região, desde que acompanhado de políticas sociais para a população local.

Edinho ainda retomou propostas sobre a jornada de trabalho, defendendo o modelo 6×1, que permitiria mais tempo livre para estudo, lazer e convivência familiar. E reforçou a importância de um SUS fortalecido e financiado adequadamente.

Outro ponto do discurso foi a crítica ao atual sistema político e ao papel do Congresso Nacional. O novo dirigente questionou o “esvaziamento” do presidencialismo e defendeu uma reforma política que reduza o número de partidos para facilitar o debate de um projeto nacional.

Chamado à militância

Ao final de sua fala, Edinho convocou a militância petista a reconstruir o partido a partir dos territórios, das periferias, dos locais de trabalho e das universidades. Segundo ele, o PT precisa voltar a ser um instrumento vivo da luta popular.

“Quero ser o presidente do maior partido de esquerda da América Latina. Mas quero, acima de tudo, ser presidente de um partido vivo, atuante e comprometido com o povo”, concluiu.

 



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