Brasil diz estar preparado para novas tarifas da China sobre carne bovina

Governo minimiza impacto das cotas e aposta em negociação e diversificação de mercados

Foto: Reprodução

Após o anúncio da China de novas restrições à importação de carne bovina, que entram em vigor em 1º de janeiro de 2026, o governo brasileiro afirmou estar preparado para lidar com o novo cenário comercial. As medidas preveem a definição de cotas anuais e a aplicação de uma tarifa adicional de 55% sobre os volumes que ultrapassarem os limites estabelecidos. As informações foram divulgadas pelo SBT News.

Cota imposta ao Brasil

De acordo com as regras anunciadas por Pequim, o Brasil poderá exportar até 1,106 milhão de toneladas de carne bovina para a China em 2026 sem a incidência da sobretaxa. Todo o volume que exceder esse patamar será taxado em 55%. A iniciativa faz parte de um programa mais amplo do governo chinês para proteger sua indústria doméstica de carne, após uma investigação que avaliou o impacto das importações no mercado interno.

O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, afirmou que o país está preparado para enfrentar o que chamou de “intempéries comerciais”. Segundo ele, o limite estabelecido pela China é compatível com o volume atualmente exportado pelo Brasil, o que reduz o impacto imediato da medida. “Mais ou menos é o que o Brasil está exportando hoje”, declarou o ministro ao comentar a cota definida.

Fávaro destacou ainda que o governo brasileiro pretende manter o diálogo com as autoridades chinesas para negociar eventuais ajustes nas cotas. Entre as alternativas avaliadas está a possibilidade de o Brasil absorver volumes não utilizados por outros países exportadores. “A relação Brasil-China nunca esteve tão boa e assim vai continuar”, afirmou o ministro, reforçando a aposta na cooperação bilateral.

Segundo o governo, a estratégia adotada nos últimos anos tem sido ampliar e diversificar os destinos das exportações brasileiras de carne bovina. A iniciativa busca reduzir a dependência de um único mercado e dar maior resiliência ao setor diante de mudanças nas políticas comerciais internacionais.

Contexto internacional do setor

As restrições chinesas ocorrem em um momento de ajustes no comércio global de carnes, em que diversos países têm adotado tarifas e cotas para proteger seus mercados internos. A China decidiu implementar salvaguardas após identificar excesso de importações, medida que também afeta outros grandes exportadores, como Austrália e Estados Unidos.

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