Déficit de estatais federais soma R$ 6,3 bilhões até novembro, aponta Banco Central

Resultado é o segundo pior da série histórica e é influenciado principalmente pela crise financeira dos Correios

Foto: Emerson Nogueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

As empresas estatais federais acumularam um déficit de R$ 6,3 bilhões entre janeiro e novembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC). O valor representa o segundo maior rombo da série histórica, iniciada em 2002, ficando atrás apenas do resultado registrado no mesmo período de 2024.

No ano passado, o déficit das estatais chegou a R$ 6,7 bilhões no acumulado até novembro, indicando que, mais uma vez, as despesas superaram as receitas geradas pelas empresas controladas pela União. Houve, no entanto, uma leve melhora em relação a outubro deste ano, quando o saldo negativo somava R$ 6,35 bilhões.

A série do Banco Central não inclui Petrobras, Eletrobras nem instituições financeiras públicas, concentrando-se nas demais estatais federais. O cálculo considera a necessidade de financiamento dessas empresas, avaliando se elas demandam recursos do Tesouro Nacional ou se contribuem para o caixa do governo.

De acordo com o BC, o resultado negativo é fortemente impactado pela situação fiscal dos Correios, que enfrentam dificuldades financeiras persistentes. A estatal estima a necessidade de até R$ 20 bilhões para recuperar sua sustentabilidade até 2027. Neste ano, a empresa já firmou um empréstimo de R$ 12 bilhões como tentativa de interromper uma sequência de 12 trimestres consecutivos de prejuízo.

Em 2024, o déficit ultrapassou R$ 2,5 bilhões. Apenas no primeiro semestre de 2025, o prejuízo já superou R$ 4 bilhões e pode alcançar R$ 10 bilhões até o fim do ano. Caso não haja mudanças estruturais, as perdas podem chegar a R$ 23 bilhões em 2026.

Atualmente, os Correios convivem com um prejuízo estrutural superior a R$ 4 bilhões por ano, associado principalmente à obrigação legal de manter a universalização do serviço postal em todo o país.

Para tentar reverter o quadro, a estatal anunciou nesta semana um plano de recuperação, que prevê medidas como o fechamento de cerca de mil agências, a demissão de 15 mil funcionários e o aumento de receitas por meio da venda de imóveis e outros ativos da empresa.

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