Caso Banco Master: BC revela ao TCU nova fraude para forjar aportes na capital

Relatório técnico enviado ao TCU aponta que o Banco Master criou fraudes para simular saúde financeira e tentou sobreviver pagando taxas de juros "suicidas" de até 140% do CDI.

(Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil)

Um relatório técnico detalhando uma nova investigação silenciosa sobre fraudes envolvendo o Banco Master foi enviado pelo Banco Central (BC) ao Tribunal de Contas da União. O documento também apresenta o histórico de deterioração financeira que resultou na liquidação da instituição.

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O relatório, segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do G1, reúne informações sobre tentativas frustradas de capitalização, operações consideradas irregulares e a incapacidade progressiva do banco de honrar compromissos com seus clientes.

O relatório foi solicitado pelo ministro do TCU Jonathan de Jesus, após questionamentos do Ministério Público junto ao tribunal e de um pedido formal da liderança da minoria na Câmara dos Deputados.

Fraudes foram comunicadas ao MPF

De acordo com o Banco Central, uma nova fraude identificada durante a fiscalização foi comunicada ao Ministério Público Federal (MPF) em 17 de novembro de 2025. A comunicação ocorreu no mesmo dia em que a Polícia Federal realizou uma operação que resultou na prisão de Daniel Vorcaro, investigado por fraudes bancárias estimadas em R$ 12,2 bilhões, relacionadas à venda de carteiras de crédito falsas ou sem lastro ao Banco de Brasília (BRB).

No dia seguinte à comunicação ao MPF, o Banco Central determinou a liquidação do banco Master. Segundo o relatório, a nova fraude teria sido estruturada com o objetivo de atender a exigências da autoridade monetária para a realização de aportes adicionais de capital, condição imposta para a continuidade das operações do conglomerado.

Contrato com o FGC expôs crise de liquidez

O documento também aponta que, em 4 de maio de 2025, diante das crescentes dificuldades financeiras, o Master firmou um contrato de assistência de liquidez de curto prazo com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Como contrapartida, o FGC proibiu a captação de recursos por meio da emissão de CDBs com remuneração superior a 100% do CDI.

CDBs acima do CDI agravaram situação financeira

Segundo o Banco Central, a prática de oferecer CDBs com taxas elevadas foi um dos principais fatores da crise de liquidez. Em alguns casos, os papéis chegaram a pagar até 140% do CDI, o que elevou significativamente o custo de captação e comprometeu a capacidade do banco de honrar seus compromissos.

Mesmo após o acordo com o FGC, entre maio e outubro de 2025, o Master conseguiu captar apenas R$ 90,2 milhões com taxas inferiores a 100% do CDI. No mesmo período, o Fundo Garantidor de Crédito desembolsou cerca de R$ 4,3 bilhões para quitar CDBs emitidos pelo banco que venceram nesse intervalo.

Histórico aponta inviabilidade do banco

O relatório enviado ao TCU também descreve todas as tentativas infrutíferas de obtenção de aportes privados para manter o banco em funcionamento, além de transações consideradas irregulares entre o Master e o BRB no contexto da tentativa de venda da instituição privada ao banco público ligado ao governo do Distrito Federal.

O documento é assinado conjuntamente pelos diretores de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de Reorganização do Sistema Financeiro, Renato Gomes, afastando especulações sobre divergências internas no Banco Central quanto ao processo que resultou na liquidação do Banco Master.

Crédito: Brasil 247

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