O fluxo de turistas chineses para o Brasil ganhou força ao longo de 2025 e já é apontado como um dos principais motores de expansão do turismo internacional no país. Entre janeiro e novembro, o número de visitantes vindos da China saltou 34%, passando de 70,4 mil para 94,4 mil turistas, segundo dados oficiais. O total ultrapassa todo o volume registrado em 2024 e sinaliza uma mudança relevante no perfil do turista estrangeiro que escolhe o Brasil como destino, com reflexos diretos no Nordeste.
A tendência é de crescimento ainda mais acelerado nos próximos anos. Em 2026, Brasil e China celebram o Ano da Cultura Brasil–China, iniciativa que deve intensificar o intercâmbio turístico e cultural entre os dois países. Considerado o maior mercado emissor de turistas do mundo, a China ocupa posição estratégica no Plano Internacional de Marketing Turístico 2025–2027, coordenado pela Embratur.
Especialistas do setor destacam que o Nordeste reúne atributos compatíveis com as preferências do turista chinês, conhecido pelo maior tempo de permanência, alto poder de consumo e interesse por vivências culturais, gastronômicas e em meio à natureza. Capitais como Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Maceió e São Luís já dispõem de rede hoteleira estruturada, patrimônio cultural diversificado e conectividade capazes de sustentar roteiros mais longos e integrados.
Para consolidar esse movimento, o ramo turístico nordestino precisará avançar em estratégias de adaptação e qualificação. Entre as medidas consideradas essenciais estão a capacitação de profissionais para lidar com diferenças culturais, a produção de materiais informativos em mais de um idioma, o fortalecimento de parcerias com operadoras internacionais e a ampliação da presença digital em plataformas populares entre o público asiático.
O crescimento do turismo chinês também é atribuído a uma série de ações desenvolvidas pela Embratur ao longo de 2025, como a participação em feiras internacionais, parcerias com veículos de comunicação chineses, realização de press trips, lançamento de um site oficial do turismo brasileiro em mandarim e a instalação de um escritório de relações públicas na China.
Para o Nordeste, a ampliação desse fluxo representa uma oportunidade de diversificar os mercados emissores, reduzir a dependência da alta temporada e ampliar a geração de emprego e renda. A consolidação da região como destino competitivo para o público chinês, no entanto, dependerá de planejamento contínuo, qualificação do setor e estratégias específicas voltadas a esse novo perfil de visitante.

