Dívida pública: gastos com juros devem superar R$ 1 trilhão e alcançar 8% do PIB

Com a Selic em 15%, o Brasil lidera o ranking do FMI de gastos com juros (8,28% do PIB), superando emergentes como México e Índia.

(Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

O ranking de países que mais gastam com juros da dívida pública no mundo, em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), pode ser liberado pelo Brasil no encerramento de 2025. Essa desvantagem internacional é reflexo da combinação de uma alta dívida pública com uma taxa básica de juros (Selic) em nível elevado.

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A avaliação consta de análise publicada pelo Valor Econômico, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) compilados na Base de Dados das Finanças Públicas na História Moderna, atualizada neste mês. Segundo os números mais recentes, o Brasil já liderou o ranking global em 2024, com gastos equivalentes a 8,28% do PIB, e deve preservar essa liderança ao longo de 2025.

Entre 153 países analisados, o Brasil aparece à frente de economias como Sri Lanka, que registrou despesas financeiras equivalentes a 7,81% do PIB, Paquistão, com 7,76%, e Bahrein, com 6,54%. Entre grandes emergentes, os números também são elevados: México (6,48% do PIB), África do Sul (5,26%) e Índia (5,11%).

Nos 12 meses encerrados em outubro, as despesas líquidas com juros — que correspondem à diferença entre os valores pagos e recebidos pelo setor público — somaram R$ 987,2 bilhões, o equivalente a 7,88% do PIB. Para o fechamento do ano, a expectativa é que esse montante supere R$ 1 trilhão, alcançando cerca de 8% do PIB.

Esses gastos explicam praticamente todo o déficit nominal das contas públicas, indicador que influencia diretamente a dinâmica da dívida. De acordo com projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), o déficit nominal deve alcançar 8,5% do PIB, resultado de despesas financeiras em torno de 8% do PIB e de um déficit primário estimado em 0,5% do PIB.

A trajetória da dívida pública segue em deterioração. Após encerrar 2022 em 71,7% do PIB, a dívida bruta deve atingir 77,6% em 2025 e 82,4% em 2026, segundo estimativas da IFI. Mesmo com a perspectiva de início de um ciclo de queda da taxa Selic, hoje em 15% ao ano, os efeitos sobre os gastos com juros tendem a ser limitados.

Crédito: Brasil 247

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