A crise financeira e a falta de recursos são apontadas como o principal desafio enfrentado pelos gestores municipais brasileiros no primeiro ano da atual gestão (2025–2028). O dado foi divulgado no levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que ouviu 4.172 prefeituras, o equivalente a 75% dos municípios do país, entre outubro e dezembro de 2025.
De acordo com a tabela do estudo “O 13º Salário e o Encerramento de Exercício nos Municípios”, 80,2% dos gestores afirmaram que as dificuldades financeiras lideram os obstáculos administrativos até o momento.
Além da crise fiscal, outros fatores aparecem com destaque no levantamento nacional. A instabilidade política e econômica foi citada por 67,5% dos gestores, enquanto 63,4% apontaram dificuldades na área da saúde. Já os reajustes salariais concedidos após a pandemia foram mencionados por 62,2% dos entrevistados.
O estudo também revela desafios relacionados à educação (47%), meio ambiente e desastres naturais (37,7%), segurança pública (36,6%) e desastres climáticos (36%). Segundo a CNM, o aumento das despesas obrigatórias ocorre em um contexto de desaceleração econômica e de dependência elevada de transferências federais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Nordeste tem proporções parecidas com a média nacional
No recorte regional, o Nordeste apresenta proporções semelhantes à média nacional, mas com agravantes estruturais. Na região, 18% dos gestores destacaram a crise financeira como principal desafio, seguida por instabilidade política e econômica (14%) e problemas na saúde pública (14%). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que mais de 70% das cidades do Nordeste têm menos de 20 mil habitantes, o que limita a base tributária local.
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Desafios na Paraíba
Na Paraíba, os desafios relatados pelos gestores seguem o padrão nordestino. Segundo o levantamento, 18% dos prefeitos paraibanos apontaram a crise financeira e a falta de recursos como principal entrave da gestão. Em seguida aparecem reajustes salariais (14%), instabilidade política e econômica (13%) e dificuldades na saúde (14%).
O estudo também indica que 10% dos gestores da Paraíba relatam problemas na segurança pública, enquanto 9% mencionam entraves na educação e 9% impactos de desastres climáticos, como estiagens prolongadas e eventos extremos, que afetam diretamente o planejamento orçamentário dos municípios.
