Paraíba concentra quase 10 mil entidades sem fins lucrativos e emprega mais de 12 mil pessoas, aponta IBGE

Estudo revela predominância de organizações religiosas e de defesa de direitos, forte concentração do emprego em poucas entidades e maioria feminina entre os trabalhadores

Foto: Arquivo pessoal / AEN

A Paraíba contabilizava 9.845 Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL) em funcionamento em 2023, responsáveis pela geração de 12.306 postos de trabalho assalariados no estado. Os dados são da publicação Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Do total de unidades locais, mais de 80% estavam concentradas em quatro áreas de atuação. As entidades ligadas à Religião lideraram em número absoluto, com 2.724 organizações, o equivalente a 27,7% do total. Em seguida aparecem as voltadas ao Desenvolvimento e defesa de direitos (2.430; 24,7%), Associações patronais, profissionais e de produtores rurais (1.753; 17,8%) e Cultura e recreação (1.183; 12%). Juntas, essas atividades concentraram 82,2% das FASFIL existentes no estado.

Segundo o levantamento, 8.848 organizações, quase 90% do total, não possuíam pessoal assalariado em 2023, ou seja, um setor fortemente sustentado por trabalho voluntário. Apenas 176 FASFIL tinham dez ou mais empregados, representando menos de 2% das unidades, mas concentrando uma parcela expressiva dos postos de trabalho.

Quando analisado o emprego assalariado, o perfil setorial muda. As entidades ligadas à Saúde responderam por 3.549 vínculos formais, o equivalente a 28,8% do total, seguidas por Educação e pesquisa (3.030; 24,6%), Religião (1.889; 15,4%) e Assistência social (1.237; 10,1%). Esses quatro segmentos reuniram cerca de 79% do emprego assalariado nas FASFIL paraibanas.

Em termos de remuneração, as organizações sem fins lucrativos pagaram R$ 373,7 milhões em salários e outras compensações ao longo de 2023. A maior fatia ficou com a área da Saúde, que concentrou 32,3% desse montante, seguida por Educação e pesquisa (27,3%). Apesar disso, o salário médio mensal das FASFIL na Paraíba foi de 1,8 salário-mínimo, abaixo das médias do Nordeste e do Brasil, diferença que se amplia entre trabalhadores com nível superior.

O estudo também aponta que o setor é majoritariamente feminino. As mulheres representaram 58,9% do total de pessoas ocupadas assalariadas nas FASFIL do estado, percentual inferior ao registrado no Nordeste e no país, mas ainda predominante. Do total de trabalhadores, 32,6% possuíam nível superior, proporção também abaixo das médias regional e nacional.

A distribuição geográfica revela forte concentração nas maiores cidades. João Pessoa reuniu 21,3% das unidades locais e quase metade dos empregos assalariados do setor, enquanto Campina Grande respondeu por cerca de um quarto dos vínculos formais. Juntas, as duas cidades concentraram mais de 70% do emprego assalariado das FASFIL na Paraíba, evidenciando a centralização das atividades nos principais polos urbanos do estado.

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