Isenção do Imposto de Renda deve injetar R$ 1,7 bilhão na economia do Nordeste a partir de 2026, aponta Sudene

Estudo estima aumento da renda disponível e impacto direto no consumo regional com nova faixa de isenção

Foto: Reprodução

A ampliação da isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) deve injetar cerca de R$ 1,7 bilhão por ano na economia do Nordeste a partir de janeiro de 2026. A estimativa é da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e considera os efeitos da Lei nº 15.250/2025, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que isenta do tributo trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil e concede descontos para quem recebe até R$ 7.350.

De acordo com o levantamento da unidade de Estudos e Pesquisas da Sudene, a região ficará com aproximadamente 7% da renúncia fiscal nacional projetada pelo Governo Federal, estimada em R$ 25,8 bilhões. No total, a medida deve beneficiar cerca de 15 milhões de contribuintes em todo o país.

O estudo aponta que a combinação da isenção integral para rendas de até R$ 5 mil e dos descontos aplicados às faixas superiores ampliará a renda disponível no Nordeste em cerca de R$ 126,7 milhões por mês. Bahia, Pernambuco e Ceará concentram a maior parte desse montante, respondendo juntos por 68,55% do impacto mensal na região.

A Bahia lidera a estimativa, com aproximadamente R$ 40 milhões adicionais por mês, seguida por Pernambuco, com quase R$ 27 milhões, e pelo Ceará, com cerca de R$ 20 milhões. Nos demais estados nordestinos, os acréscimos mensais variam entre R$ 5 milhões, em Sergipe e Piauí, e até R$ 11 milhões em estados como Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas.

Para o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, a medida reforça o papel da política fiscal como instrumento de estímulo ao desenvolvimento regional. “A ampliação da isenção do imposto de renda cria condições reais para que mais trabalhadores movimentem o comércio, estimulem a produção e fortaleçam a economia regional”, avaliou.

A projeção da Sudene indica que o efeito anual pode se aproximar de R$ 2 bilhões. Mesmo abaixo desse patamar, o órgão destaca o forte impacto multiplicador da iniciativa, uma vez que a renda adicional tende a ser direcionada principalmente ao consumo. Segundo a análise, famílias com maior propensão a gastar podem ampliar despesas básicas, como alimentação, ou direcionar recursos para a compra de roupas, calçados e bens duráveis.

O economista da Sudene, Miguel Vieira, ressalta que o aumento da renda disponível também pode ter reflexos indiretos sobre o setor produtivo. “O estímulo gerado pela renda extra pode levar empresas a ampliar investimentos, inclusive por meio de crédito, para atender ao aumento da demanda”, afirmou.

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