Cesta básica de João Pessoa cai impulsionada pela queda de 16% no tomate; trabalhador precisa de 86 horas de serviço para compra

O custo da cesta básica em João Pessoa registrou queda em novembro de 2025. O valor médio dos produtos essenciais ficou em R$ 597,66, representando uma diminuição de -2,01% em relação ao mês anterior (outubro de 2025).

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Apesar da queda mensal, o valor acumulado nos últimos 12 meses (novembro de 2024 a novembro de 2025) ainda apresenta elevação de 1,16%. No acumulado ao longo do ano de 2025, a cesta básica na capital paraibana registra uma variação negativa de -1,52%.

Quedas e altas em produtos 

Entre os 12 produtos que compõem a cesta básica, seis registraram queda de preço entre outubro e novembro de 2025. O destaque negativo foi o tomate, com uma acentuada queda de -16,22%.

Produtos com Maior Queda Mensal (Out-Nov/25) Variação (%)
Tomate -16,22%
Banana -5,36%
Arroz Agulhinha -4,07%
Açúcar Cristal -3,73%

Por outro lado, cinco itens tiveram aumento de preço no período, sendo o óleo de soja o que mais encareceu (4,18%), seguido pelo pão francês (0,97%). O leite integral manteve-se estável.

Impacto no trabalhador de João Pessoa

Com o salário mínimo fixado em R$ 1.518,00 em novembro de 2025, o tempo de trabalho necessário para adquirir a cesta básica diminuiu.

  • Tempo de trabalho: Em novembro de 2025, o trabalhador precisou de 86 horas e 37 minutos. Em outubro, o tempo era de 88 horas e 24 minutos.

  • Comprometimento da renda: Após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o custo da cesta básica comprometeu 42,56% da renda líquida em novembro de 2025, uma queda em relação aos 43,44% registrados em outubro.

Em comparação com novembro de 2024 (quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00), a situação melhorou: na época, eram necessárias 92 horas e 03 minutos de trabalho, comprometendo 45,24% da renda líquida.

Variações acumuladas:

Variação Acumulada Maiores Elevações (12 meses) Maiores Quedas (12 meses) Maiores Elevações (Ano) Maiores Quedas (Ano)
Café em Pó 47,47% 45,20%
Arroz Agulhinha -36,54% -35,82%
Óleo de Soja 13,96% 3,32%
Açúcar Cristal -14,76% -14,57%

Análise nacional

Enquanto João Pessoa se mantém entre as capitais com o menor custo de cesta básica, a análise nacional de novembro de 2025 revela grandes disparidades e desafios.

Onde é mais caro nas capitais

São Paulo registrou o custo mais elevado para o conjunto de alimentos básicos: R$ 841,23. Seguem-se Florianópolis (R$ 800,68), Cuiabá (R$ 789,98) e Porto Alegre (R$ 789,77).

No Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é ajustada (menos carne e farinha de mandioca no lugar de farinha de trigo), os menores valores foram:

  • Aracaju: R$ 538,10

  • Maceió: R$ 571,47

  • Natal: R$ 591,38

  • João Pessoa: R$ 597,66

Salário mínimo necessário (DIEESE)

Com base na cesta mais cara (São Paulo), o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas (alimentação, moradia, saúde, educação, etc.), conforme a determinação constitucional.

Em novembro de 2025, o salário mínimo necessário deveria ter sido de R$ 7.067,18, valor que é 4,66 vezes o piso nacional vigente de R$ 1.518,00.

Em outubro, o valor necessário era de R$ 7.116,83 (4,69 vezes o piso). Em novembro de 2024, o valor necessário seria de R$ 6.959,31 (4,93 vezes o piso da época, de R$ 1.412,00).

Variações (Novembro/24 a Novembro/25):

O custo da cesta subiu em 14 das 17 capitais com série histórica completa.

  • Maiores Altas: Salvador (4,07%), Recife (3,56%) e Belo Horizonte (1,89%).

  • Maiores Reduções: Brasília (-5,23%), Goiânia (-1,41%) e Natal (-0,36%).

No acumulado do ano de 2025 (Dezembro/24 a Outubro/25), as maiores altas foram em Salvador (2,45%), Recife (1,76%) e Campo Grande (1,20%). Brasília liderou as quedas, com -5,35%.

Variações mensais de produtos (Outubro a Novembro/25):

  • Arroz e Tomate: O preço do arroz agulhinha caiu nas 27 capitais devido à baixa demanda no atacado, e o tomate diminuiu em 26 capitais, impulsionado pela maior oferta.

  • Leite e Açúcar: O preço do leite integral diminuiu em 24 cidades devido ao excesso de oferta no campo e à importação de derivados. O açúcar também caiu em 24 capitais, reflexo da redução de preços no mercado internacional e do período de safra.

  • Óleo de Soja e Carne: O preço do óleo de soja aumentou em 25 capitais, apesar da menor demanda por empresas de biodiesel, devido à expectativa de menor oferta global do grão. A carne bovina de primeira aumentou em 20 cidades, com altas puxadas pelas exportações que mantêm a oferta interna ajustada.

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