A Paraíba garantiu R$ 2,5 bilhões em investimentos potenciais na chamada Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa lançada com intuito de impulsionar a industrialização da região. O estado teve 19 projetos aprovados, abrangendo áreas como transição energética, hidrogênio verde, bioeconomia, data centers verdes e indústria automotiva.
A chamada é resultado da atuação conjunta de BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Finep, com apoio da Sudene e do Consórcio Nordeste. É a primeira vez que essas instituições trabalham de forma integrada na seleção de propostas industriais voltadas exclusivamente ao Nordeste.
Ao todo, 245 projetos foram inscritos, somando R$ 127 bilhões, muito acima dos R$ 10 bilhões inicialmente previstos. Desses, 189 foram selecionados, contabilizando R$ 113 bilhões em investimentos potenciais, volume 11 vezes maior que a expectativa inicial. Segundo o governo federal, o protagonismo regional foi impulsionado pela forte participação de micro, pequenas e médias empresas, que representaram 74% das propostas aprovadas.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, afirmou que a elevada adesão mostra a capacidade inovadora do Nordeste. Ele destacou que quase três quartos das propostas selecionadas vieram de pequenos e médios negócios, considerados por ele fundamentais para geração de emprego e renda.
O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, celebrou o volume inédito de investimentos previstos. “Hoje celebramos o grande anúncio dessa coalização de bancos liderados pelo BNDES que está garantindo um volume de recursos jamais visto na história da industrialização nordestina. Chegamos a R$ 113 bilhões, são investimentos na área da indústria verde, da transição energética, da bioeconomia, tudo a ver com o potencial que o Nordeste tem”, disse.
Ele destacou ainda o papel das empresas locais.“Ficamos felizes em demonstrar para o Brasil e para as instituições financeiras que, quando há oportunidade de crédito, as empresas nordestinas aproveitam e aproveitam muito bem”, ressaltou.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a chamada representa um reposicionamento estratégico do Nordeste dentro da política industrial nacional. Ele afirmou que a região voltou a ser tratada como prioridade no governo federal, mencionando que o banco ampliou em 32% os recursos destinados ao Nordeste.
Já o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, destacou que a reativação do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (CORIFF) permitiu alinhar ações entre bancos públicos e demais órgãos de fomento, criando uma agenda integrada para fortalecimento industrial da região.
Os 189 projetos selecionados foram distribuídos em cinco áreas consideradas prioritárias:
Transição energética e armazenamento (59 propostas);
Bioeconomia com foco em fármacos (39);
Hidrogênio verde (44);
Data centers verdes (40);
Setor automotivo e de máquinas agrícolas (37).
A chamada também evidenciou forte articulação entre empresas, universidades e centros de pesquisa. Cerca de 77% das propostas envolvem cooperação com instituições científicas e 32% foram estruturadas em consórcios.
Segundo o presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, a chamada representa uma nova fase do desenvolvimento regional: “Ela fortalece políticas públicas, promove inovação, amplia a competitividade regional e contribui para a redução das assimetrias históricas que ainda marcam o país. É a demonstração de que, quando articulamos instituições, ciência e setor produtivo, construímos as bases de um desenvolvimento sustentável e socialmente justo.”
As empresas selecionadas receberão ainda em dezembro os Planos de Suporte Conjunto (PSC), documentos que vão orientar o acesso às linhas de crédito e instrumentos mais adequados a cada projeto. Depois dessa etapa, as propostas passarão pelas análises técnicas, financeiras e jurídicas das instituições participantes, seguindo o fluxo padrão de contratação.
A chamada foi aberta a empresas e cooperativas de todos os portes e contemplou iniciativas como implantação de infraestrutura, aquisição de máquinas e equipamentos, parcerias com universidades, plantas-piloto, contratação de equipes e capital de giro.

