Com o barril do petróleo Brent negociado abaixo de US$ 65, o mercado brasileiro apresenta altos preços de gasolina no mercado internacional, de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O cenário cria um ambiente favorável para importadores. Já o diesel continua mais barato no mercado interno em comparação ao preço praticado lá fora.
A Petrobras, responsável por cerca de 80% da capacidade de refino nacional, promoveu uma redução de 4,9% no preço da gasolina em outubro, mas mantém o valor do diesel congelado em suas refinarias há mais de 200 dias. No sentido oposto, a Acelen, administradora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, e detentora de 14% do mercado, realiza correções semanais: na última atualização, diminuiu o preço da gasolina em R$ 0,02 por litro e elevou o diesel em R$ 0,07.
Quando comparados diretamente às cotações internacionais, os números revelam distorções. O diesel da Petrobras apresenta defasagem de 10%, o que corresponderia a um potencial reajuste de R$ 0,31 por litro. A gasolina, por sua vez, está 5% acima do preço externo, com margem para uma redução estimada em R$ 0,13. Considerando todas as refinarias do País, o diesel custa, em média, 8% menos do que no exterior, enquanto a gasolina é 5% mais cara.
Apesar da queda promovida pela Petrobras no mês passado, o reflexo nas bombas foi limitado. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que, entre 16 e 22 de novembro, o preço médio da gasolina nos postos subiu 0,3%, alcançando R$ 6,18 por litro. O diesel manteve-se estável no período, a R$ 6,06 por litro.
O gás de cozinha também registrou avanço com alta de 0,2%, com o botijão de 13 quilos sendo vendido, em média, a R$ 110,48, segundo a ANP.

