O avanço da inteligência artificial deve transformar o mercado de trabalho nos próximos anos, e as áreas ligadas à comunicação, atendimento ao cliente e análise de dados estão entre as mais vulneráveis. É o que revela um estudo da Microsoft divulgado pela Forbes, que analisou mais de 200 mil interações reais entre profissionais e ferramentas de IA para mapear quais funções podem ser mais rapidamente automatizadas.
Segundo o levantamento, ocupações que dependem de escrita, organização de informações e tarefas repetitivas, como redatores, atendentes de SAC, vendedores e analistas, tendem a sofrer os impactos mais imediatos da tecnologia.
O estudo da Microsoft lista como profissões mais vulneráveis:
Operadores de telemarketing, atendentes e equipes de SAC;
Representantes de vendas e atendimento em e-commerce;
Redatores, revisores, jornalistas e criadores de conteúdo;
Analistas de dados e cientistas de dados;
Assistentes administrativos.
A percepção é compartilhada por profissionais da área. O atendente de suporte ao cliente do banco Itaú, Guilherme Henrique de Araújo Lima, relata em entrevista exclusiva ao portal WSCOM, que a automação já faz parte do cotidiano. Segundo ele, “muitas funcionalidades do cotidiano tornam-se significativamente mais simples com o uso da IA”, especialmente tarefas de consulta e resolução inicial de problemas.
Guilherme afirma que setores como SAC, suporte de primeiro nível e atendimento digital são os primeiros a sentir os efeitos. “Consultas simples, emissão de documentos e orientações básicas já são amplamente automatizados”, destacou.
Quem está menos vulnerável
O levantamento também identificou as profissões que dependem de habilidade manual, contato físico ou sensibilidade humana apresentam resistência maior à automação. É o caso de:
Profissionais de saúde, como técnicos e auxiliares;
Cuidadores e massoterapeutas;
Trabalhadores da limpeza, construção civil e manutenção;
Operadores de máquinas e serviços manuais.
Nessas áreas, a presença humana é insubstituível. O próprio atendente destaca esse limite. “A IA não consegue substituir o atendimento humanizado”, disse Guilherme.
Carga de trabalho e adaptação
Mesmo com a automação crescente, Guilherme afirma que a demanda por atendimento humano aumentou. “A maioria dos clientes prefere se comunicar de forma humanizada para receber suporte”, explicou.
Ele também relata que ainda não recebeu treinamento para utilizar ferramentas de IA, apesar do uso crescente dessas tecnologias no setor bancário. Além de comentar como os profissionais devem se preparar. “Eles não têm escolha. A IA é o futuro e apenas irá se adequar, gradualmente, ao mercado de trabalho”, apontou.
Guilherme também avalia que a IA não deve gerar novas oportunidades dentro do atendimento. “Tudo pode ser automatizado a qualquer momento, basta a evolução do sistema”, relatou.

