Depois de dez anos no País, a Taco Bell inicia 2025 sob nova direção. A Yum Brands, controladora mundial da rede, passará a conduzir diretamente toda a operação brasileira a partir de janeiro. Com isso, a Sforza, grupo de Carlos Wizard responsável por trazer a marca em 2016, deixa a gestão e permanece apenas como franqueada.
Para liderar essa nova fase, a Yum nomeou Tito Barroso como CEO da Taco Bell no Brasil. O executivo vinha atuando como diretor regional da Restaurant Brands International (RBI), dona de Burger King e Popeyes.
“A Sforza teve um papel importante de entrada no Brasil. Mas foi feito um acordo para que a Yum Brands assumisse a operação. Agora, tudo muda. Eles cuidavam de tudo e agora vem para nossas mãos. Vamos ter equipe própria e administrar todo o negócio”, afirma Barroso em entrevista ao NeoFeed.
“Vamos ter um olhar cada vez mais forte para o Brasil. Foi uma solução de ambas as partes que foi benéfica para todos. Onde a Yum Brands decidiu entrar na operação, passou a crescer de forma mais rápida”, completa.
Expansão acelerada
Atualmente com 34 unidades distribuídas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, a Taco Bell deve encerrar o ano com 40 lojas. A meta, porém, é de chegar a 200 unidades até 2030, ritmo dez vezes maior que o registrado sob a gestão da Sforza, que abriu, em média, quatro lojas por ano.
Das lojas em funcionamento hoje, 21 pertencem ao grupo de Wizard e outras 13 a franqueados independentes. A expansão exigirá investimentos robustos, considerando o custo médio de R$ 1,5 milhão por restaurante, a expectativa é de pelo menos R$ 240 milhões investidos nos próximos cinco anos, especialmente pelos franqueados.
O Brasil foi incluído pela Yum Brands em um grupo de mercados prioritários, ao lado de China, Reino Unido, Espanha, Austrália e Índia.
“Isso significa ter uma equipe própria de marketing, posicionamento de marca, cardápio, precificação, cadeia de suprimentos e estratégia de novos franqueados. Tudo isso passará por nós. É a primeira presença direta da companhia no Brasil”, diz Barroso.
Mudança no modelo de loja
Hoje, 37 das 40 unidades previstas até dezembro estão em shopping centers, apenas três são lojas de rua ou drive-thru. A nova estratégia da Yum é inverter essa lógica: em até cinco anos, 40% das unidades serão de rua, consideradas mais rentáveis e com maior autonomia operacional.
“No shopping, a gente fica um pouco refém quanto à questão de horário. Isso prejudica nossa operação, principalmente a operação de delivery. Tendo lojas em ruas, isso acaba ficando totalmente sob nosso controle”, explica o CEO.
Sforza segue como franqueada e aposta em novas unidades
Carlos Wizard confirma a transição e afirma que a mudança aliviará a pressão sobre a operação.
“A gestão vai ficar com a matriz. Foi uma negociação de seis meses. Eles assumem tudo. A nossa receita principal está nas lojas. Quando é preciso cuidar de toda a rede e dar suporte aos franqueados, a conta não fecha”, diz.
Ele continuará atuando no braço de expansão da marca. “Chegamos ao acordo para a Yum Brands assumir. Eles fazem o que sabem fazer, que é operar, e a gente faz o que gente sabe fazer, que é expandir. Isso vai me ajudar até a crescer mais.”
Wizard recorda o início, no primeiro ano, sua holding abriu 20 lojas, tornando-se o primeiro franqueado global a atingir esse número em apenas 12 meses. O avanço, porém, foi impactado pela pandemia. “Tivemos que manter a equipe e passamos a fazer entregas, mas não dava para alcançar o ponto de equilíbrio. Mas conseguimos superar esse período”, lembra.
Para o fim deste ano, todas as seis inaugurações previstas, em Osasco, Sorocaba, Santos, Limeira, São Paulo e Campo Grande, serão do grupo Sforza, totalizando investimentos próximos a R$ 10 milhões.
